Rui Car
25/04/2018 06h45 - Atualizado em 25/04/2018 08h55

OPERÁRIOS DE JESUS: O INFERNO NA VISÃO ESPÍRITA. (parte 5)

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O INFERNO NA VISÃO ESPÍRITA. (parte 5)

Continuação

 Dissemos, e com razão, que o inferno dos cristãos excedera o dos pagãos. Efetivamente, no Tártaro veem-se culpados torturados pelo remorso, ante suas vítimas e seus crimes, acabrunhados por aqueles que espezinharam na vida terrestre; vemo-los fugirem à luz que os penetra, procurando em vão esconderem-se aos olhares que os perseguem; aí o orgulho é abatido e humilhado, trazendo todos o estigma do seu passado, punidos pelas próprias faltas, a ponto tal que, para alguns, basta entregá-los a si mesmos sem ser preciso aumentar-lhes os castigos. Contudo, são sombras, isto é, almas com corpos fluídicos, imagens da sua vida terrestre; lá não se vê os homens retomarem o corpo carnal para sofrer materialmente, com fogo a penetrar-lhes a pele, saturando-os até a medula dos ossos. Tampouco se vê o requinte das torturas que constituem o fundo do inferno cristão. Juízes inflexíveis, porém justos, proferem a sentença proporcional ao delito, ao passo que no império de Satã são todos confundidos nas mesmas torturas, com a materialidade por base, e banida toda e qualquer equidade.

Incontestavelmente, há hoje, no seio da Igreja mesma, muitos homens sensatos que não admitem essas coisas à risca, vendo nelas antes simples alegorias cujo sentido convém interpretar. Estas opiniões, no entanto, são individuais e não fazem lei, continuando a crença no inferno material, com suas consequências, a constituir um artigo de fé.

Poderíamos perguntar como há homens que têm conseguido ver essas coisas em êxtase, se elas de fato não existem. Não cabe aqui explicar a origem das imagens fantásticas, tantas vezes reproduzidas com visos de realidade.

Diremos apenas ser preciso considerar, em princípio, que o êxtase é a mais incerta de todas as revelações, porquanto o estado de sobre-excitação nem sempre importa um desprendimento de alma tão completo que se imponha à crença absoluta, denotando muitas vezes o reflexo de preocupações da véspera. As ideias com que o Espírito se nutre e das quais o cérebro, ou antes o invólucro perispiritual correspondente a este, conserva a forma ou a estampa, se reproduzem amplificadas como em uma miragem, sob formas vaporosas que se cruzam, se confundem e compõem um todo extravagante. Os extáticos de todos os cultos sempre viram coisas em relação com a fé de que se presumem penetrados, não sendo, pois, extraordinário que Santa Teresa e outros, tal qual ela saturados de ideias infernais pelas descrições, verbais ou escritas, hajam tido visões, que não são, propriamente falando, mais que reproduções por efeito de um pesadelo. Um pagão fanático teria antes visto o Tártaro e as Fúrias, ou Júpiter, no Olimpo, empunhando o raio.

O purgatório

O Evangelho não faz menção alguma do purgatório, que só foi admitido pela Igreja no ano de 593. É incontestavelmente um dogma mais racional e mais conforme com a Justiça de Deus que o inferno, porque estabelece penas menos rigorosas e resgatáveis para as faltas de gravidade mediana. O princípio do purgatório funda-se na equidade, pois é a detenção temporária a concorrer com a perpétua condenação. Que julgar de um país que só tivesse a pena de morte para todos os delitos?

Sem o purgatório, só há para as almas duas alternativas extremas: a suprema felicidade ou o eterno suplício. E nessa hipótese, que seria das almas somente culpadas de ligeiras faltas? Ou compartilhariam da felicidade dos eleitos, ainda quando imperfeitas, ou sofreriam o castigo dos maiores criminosos, ainda quando não houvessem feito muito mal, o que não seria nem justo, nem racional.

Necessariamente, porém, a noção do purgatório deveria ser incompleta, porque apenas conhecendo a penalidade do fogo fizeram dele uma atenuante do inferno, visto que as almas aí também ardem, embora em fogo mais brando. Sendo o dogma das penas eternas incompatível com o progresso, as almas do purgatório não se livram dele por efeito do seu adiantamento, mas em virtude das preces que se dizem ou que se mandam dizer em sua intenção. E se foi bom o primeiro pensamento, outro tanto não acontece quanto às consequências dele decorrentes, pelos abusos que originaram. As preces pagas transformaram o purgatório em mina mais rendosa que o inferno.

Jamais foram determinados e definidos claramente o lugar do purgatório e a natureza das penas aí sofridas. À Nova Revelação estava reservado o preenchimento dessa lacuna, explicando-nos a causa das terrenas misérias da vida, das quais só a pluralidade de existências poderia mostrar-nos a justiça.

Continua na próxima semana.

Com base no livro: O céu e o inferno de Allan Kardec.

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