Rui Car
15/08/2017 09h05 - Atualizado em 15/08/2017 08h25

Pessoas neuróticas vivem mais, indica estudo

Eles tendem a procurar médicos com maior frequência

Assistência Familiar Alto Vale
Portal Minha Vida

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Se você é uma pessoa obcecada por saúde, higiene, organização, simetria e perfeição já deve ter sido chamado de neurótico. Na realidade, esse termo significa que o indivíduo apresenta reação excessiva da mente e do sistema nervoso aos distúrbios físicos ou a experiências desagradáveis.

 

 

Desde 1994, a condição de “neurose” foi excluída inteiramente do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, enciclopédia psiquiátrica. A partir desta decisão, a expressão foi substituído por terminologias mais específicas, como transtorno de ansiedade social, transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno de pânico.

 

Atualmente, os testes psicológicos classificam a personalidade de uma pessoa através de cinco traços, chamados de Big Five: extroversão, neuroticismo, consciência, afabilidade e abertura a novas experiências. Especialistas indicam que apresentar um alto grau de neuroticismo significa que o indivíduo gasta mais tempo se preocupando com situações cotidianas, além de ser mais pessimistas e se irritarem facilmente.

 

Segundo uma nova pesquisa, pessoas neuróticas pode ter benefícios inesperados, como uma vida mais longa. Contudo, a conexão entre o comportamento e a maior expectativa de vida irá depender de qual tipo de neurótico a pessoa é e de como descreve seu estado de saúde. O estudo foi realizado pela Universidade de Edimburgo, em parceria com a University College London.

 

Para a investigação, a equipe de cientistas analisou uma base de dados com 500 mil habitantes do Reino Unido, com idades entre 37 e 73 anos. Os pesquisadores verificaram indicadores do teste de personalidade, sua dieta, seus hábitos de exercício, se eles fumavam ou bebiam, seus status socioeconômicos, sua função cognitiva e saúde em geral.

 

 

Os resultados mostram que os neuróticos tendiam a fazer auto avaliações bem piores do que a média das pessoas, relatando ter uma saúde mediana ou ruim. Quando os pesquisadores relacionaram isso com os dados coletados, notaram que os neuróticos pessoas vivam mais e tinham chances menores de sofrer uma morte prematura. Entretanto, os neuróticos que disseram ter uma excelente ou boa saúde continuavam em desvantagem.

 

De acordo com os cientistas, apenas a neurose que deixa as pessoas mais preocupadas e vulneráveis estava associada a um menor risco de mortalidade, independentemente da maneira como os participantes descreviam a sua saúde. Uma teoria dos autores é que os neuróticos se sentem doentes mais vezes e, provavelmente, por isso vão mais ao médico.

 

No entanto, novas análises precisam ser realizadas para comprovar essa hipótese, mas, segundo os pesquisadores, o fato dessas pessoas serem mais preocupadas elas tendem a cuidar mais da própria saúde. Desta forma, têm maiores chances de diagnosticar doenças graves precocemente, aumentando a probabilidade de tratamento e cura.

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