Com um patrimônio de cerca de U$ 75 bilhões, Bill Gates é o homem mais rico do mundo. No entanto, em apenas 25 anos o fundador adjunto da Microsoft, ou algum outro quase tão rico quanto ele, poderá se tornar o primeiro membro do clube dos trilionários.
A revelação veio de um novo relatório da Oxfam International sobre a desigualdade global.
A organização de ajuda internacional afirmou que o abismo entre os extremamente ricos continua crescendo a um ritmo “alarmante”, com o 1% do topo ganhando mais dinheiro do que os últimos 50% ao longo dos últimos 25 anos.
A Oxfam usou Gates como exemplo desta tendência, observando que apesar de seus esforços “louváveis” para doar boa parte de sua fortuna, a verdade é que ela cresceu mais de 50%, ou U$ 25 bilhões, desde que ele deixou a Microsoft em 2006.
“Se os bilionários continuarem a ter estes retornos, podemos ter o primeiro trilionário do mundo em 25 anos,” prevê a Oxfam.
“Em um ambiente como este, se você já é rico, precisa se esforçar muito para não ficar cada vez mais rico.”
Um relatório do Credit Suisse de 2013, sugeriu que o clube dos trilionários poderá ter 11 membros, dentro de 60 anos.
A Oxfam classificou nosso atual clima econômico como a “era dos super-ricos” ou uma “segunda era dourada”.
Os pesquisadores afirmam que parte do problema é o fato de que uma vez que estes super-ricos – ou os 1.810 indivíduos com um patrimônio de pelo menos U$ 1 bilhão – acumulam sua fortuna, ela “começa a crescer sozinha.”
Eles observaram que desde 2009 a riqueza concentrada pelos super-ricos aumentou em média 11% ao ano, uma taxa muito maior do que a média dos poupadores e investidores comuns, e agora soma U$ 6,5 trilhões, mesma quantidade detida por 70% da humanidade.
“Os super-ricos têm dinheiro para gastar nos melhores conselhos de investimentos,” disse a Oxfam.
“Seja por meio de hedge funds ou galpões repletos de arte fina e carros vintage, a indústria altamente secreta da gestão de riquezas tem obtido um enorme sucesso ao aumentar a prosperidade dos super-ricos”.
A Oxfam também descobriu que, embora alguns dos membros do clube dos bilionários tenham obtido sua fortuna através do trabalho duro e do talento, um terço deles herdou a fortuna de suas famílias, e 43% podem estar associados ao nepotismo.
Os super-ricos também usam paraísos fiscais para gerir suas fortunas, e muitos as usam para influenciar políticas, eleições, e lobby para pagar menos impostos.
Embora seja emocionante para uma pessoa olhar sua conta corrente em 25 anos e ver um número de 13 dígitos, de acordo com a Oxfam, esta pode ser uma má notícia para o resto de nós, e especialmente para aqueles que estão lutando para sobreviver.
“As enormes fortunas, que vemos no topo do espectro da riqueza e da renda, são evidências claras da crise de desigualdade, e estão prejudicando a luta para acabar com a pobreza extrema,” afirmou o relatório.