Rui Car
15/08/2018 11h30 - Atualizado em 15/08/2018 08h54

Quanto mais buscamos felicidade, mais ficamos tristes, diz pesquisa

Na busca pela felicidade constante, podemos nos tornar obcecados por nossos defeitos

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Um dos maiores desejos da humanidade é descobrir o segredo para a felicidade. Diariamente buscamos mantê-la em nosso dia a dia, e o equilíbrio das emoções positivas vêm sendo uma das questões de maior latência em nossa sociedade.

 

 

Entretanto, algumas das maiores populações no mundo não se vêem felizes: Este é o caso dos Estados Unidos. Apenas 33% dos americanos acreditam que possuem felicidade. Outro exemplo é o Brasil: Segundo a OMS, nosso país tem as maiores taxas de depressão da América Latina.

 

 

E de acordo com um novo estudo publicado no periódico Emotion, a felicidade continua distante da maioria de nós porque tentamos buscá-la excessivamente. Enfatizar a felicidade desproporcionalmente faz com que nos tornemos obcecados pelo fracasso e pelas emoções negativas.

 

Entretanto, o fracasso e a tristeza acontecem, e isso está fora de nosso controle. Ao tentarmos evitar isto, trazemos ainda mais estresse para dentro de nossas vidas. “A felicidade é algo bom, porém, fazer com que ela se torne uma conquista tende a dar errado”, explica Brock Bastian, coautor do estudo e psicólogo social na Universidade de Melbourne, em entrevista por e-mail para a TIME.

 

 

Como o estudo foi feito

A pesquisa foi feita em duas etapas: Na primeira, um grupo de estudantes australianos foram instruídos a resolver 35 anagramas em três minutos. Entretanto, eles não sabiam que 15 dos anagramas não podiam ser resolvidos.

 

 

O primeiro grupo de 39 estudantes completaram a tarefa em um quarto repleto de pôsteres, livros e recados motivacionais. O monitor da pesquisa também foi orientado a tratar os participantes de forma alegre, mencionando de vez em quando a importância da felicidade.

 

O segundo grupo de 39 estudantes realizou a tarefa em um quarto neutro, com um monitor indiferente. Um terceiro grupo de participantes realizou o exercício dos anagramas de forma similar ao primeiro grupo.

 

Na segunda etapa, os pesquisadores pediram para os estudantes realizarem um exercício de respiração, onde eles eram perguntados periodicamente sobre seus pensamentos.

 

Resultados

Em comparação aos outros dois grupos, os estudantes que fizeram os anagramas não solucionáveis no “quarto da felicidade” tiveram maior propensão em pensar excessivamente em suas falhas, ficando presos em emoções negativas.

 

Quem completou a tarefa de forma neutra, ou apenas no “quarto da felicidade”, sem a presença do monitor, não refletiu excessivamente sobre os anagramas que não conseguiram realizar.

 

 

Segundo experimento

Os pesquisadores realizaram um segundo experimento, e perguntaram para 200 americanos sobre o quanto eles experienciavam emoções negativas, e também sobre como eles acreditavam que a sociedade enxergava a tristeza.

 

Os participantes que sentiam-se pressionados pela sociedade para serem felizes, ou então que ignoravam sentimentos negativos, foram os mais afetados pelo estresse e consequentemente se tornaram os menos satisfeitos com suas vidas.

 

Conclusões

“Quando as pessoas pressionam-se em excesso para serem felizes, ou pensam que os outros esperam que elas sejam alegres, elas enxergam suas emoções negativas como sinais de fraqueza”, explica Brock Bastian. Isto apenas traz mais infelicidade.

 

Bastian conclui que sua equipe de pesquisa não está tentando condenar quem tenta ser feliz. Entretanto, é necessário saber e aceitar que iremos nos sentir infelizes em determinados momentos de nossas vidas, e não há nada de errado com isto.

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