Ir até o supermercado ou farmácia e ter a possibilidade de encontrar pelo caminho alguma pessoa infectada pela Covid-19 demanda cuidados básicos, como o uso de máscara, distanciamento e álcool gel. Porém, conviver com um familiar diagnosticado com a doença requer ainda mais atenção.
A rotina muda e a tensão já provocada pela pandemia pode crescer ainda mais. Mas como se proteger morando com um infectado pela Covid-19? Temos a resposta!
Morador de Palhoça, na Grande Florianópolis, Robson Souza, 43 anos, é um sobrevivente da Covid-19. Pertencente ao grupo de risco por conta da diabete e asma, o motorista de veículo por aplicativo não sabe como ficou doente, mas se lembra muito bem dos dias de quarentena.
Além de mudar a própria rotina dele, a convivência com a doença também alterou a vida da família. “Foi bem sério. Como eu sou do grupo de risco, fiquei bem preocupado. A minha esposa fez o exame e deu negativo, as crianças não precisaram”, contou.
Ele chegou a ser internado por conta da falta de ar, mas passou a maior parte do período da incubação da doença em casa – local que divide com a companheira e dois filhos. “Fiquei a maior parte do tempo no quarto, com eles longe de mim”, completou.
Isolamento dentro de casa
A rotina da família de Souza foi alterada para diminuir o risco de infecção. Médica infectologista, Regina Valim destaca a importância do isolamento para todos os infectados ou com suspeita. “A gente sabe que é difícil, inclusive ter um banheiro próprio em casa” conta.
Como o distanciamento total é praticamente impossível dentro da própria casa, a sugestão da especialista é para que os locais de uso comum sejam higienizados.
“Se não puder ter o banheiro próprio, a recomendação é para que sanitize o ambiente após a utilização”, sugeriu. “É importante não compartilhar talheres, copos e pratos. Todo o lixo também deve ser separado”, destacou.
Transmissão facilitada
O vírus é de fácil transmissão. Por isso, uma pessoa positiva pode contaminar os demais integrantes da casa. A doença se propaga no contato com secreções de tosse, espirro e gotículas da saliva.
Se não for possível fazer o isolamento em todos os momentos, a médica orienta para que o doente mantenha distanciamento de 2 metros dos demais moradores. Após o diagnóstico, o período de isolamento é de sete dias para os paciente que não tem nenhum sintoma, e 14 dias para os pacientes que com sintoma.
Preocupação
Luciana Nascimento, 38 anos, já se recuperou da Covid-19. Mas o período da quarentena foi um desafio. Além da apreensão sobre a doença ainda pouco conhecida e o temor de infectar a filha de 19 anos com quem divide o apartamento de 50 metros quadrados em Florianópolis, as dores intensas no peito, febre e outros sintomas tiraram o sono da enfermeira.
“A gente tomou os devidos cuidados, mas não teve como ficar isolada em um cômodo sozinha”, contou Nascimento após já ter retornado ao trabalho.
Responsabilidade e tensão aumentam
Para a psicóloga Ivânia Jann Luna, a preocupação em cuidar do familiar doente ou o medo de infectar alguém é um fator que potencializa a ansiedade. Para amenizar o estresse, a especialista recomenda rotina de autocuidado.
“Fazer coisas que as pessoas gostam, como exercício, contemplar e focar em pensamentos positivos pode ajudar”, afirmou.
Luna também recomenda conversar com amigos, falar sobre os sentimentos e até mesmo pensar em projetos futuros.
“O diagnóstico [para a Covid-19] é comparado a uma doença aguda grave e pouco desconhecida, então, é natural esse medo e angústia”, explica.
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