Rui Car
24/12/2020 12h06

Se arrumar para ficar na sala: veja como reinventar o fim de ano na pandemia

Quando a ideia é evitar aglomeração, a expressão popular nunca fez tanto sentido. Especialista diz que estar sozinho ou em poucas pessoas não é algo negativo

Assistência Familiar Alto Vale
Estar sozinho ou em poucas pessoas nas datas festivas não tem que ser visto como algo negativo (Foto: Pixabay/Reprodução/ND)

Estar sozinho ou em poucas pessoas nas datas festivas não tem que ser visto como algo negativo (Foto: Pixabay/Reprodução/ND)

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O mês de dezembro entrou na sua reta final. Em outros tempos não tão distantes, o final do ano era sinônimo de aglomeração familiar, ajuntamento com os amigos e festas de Réveillon. No entanto, em 2020, o cenário é outro.

 

Neste ano, a expressão popular “se arrumar para ficar na sala” nunca fez tanto sentido. Isso porque, apesar das recentes flexibilizações em Santa Catarina, o quadro da Covid-19 é gravíssimo.

 

Evitar aglomerações e manter o distanciamento social ainda é recomendável para frear o contágio pela doença.

 

As grandes festas familiares que antes reuniam várias pessoas, terão menos envolvidos. Há ainda, aqueles que passarão as datas festivas totalmente sozinhos.

 

Sendo assim, o desafio é: como encarar as festas de fim de ano nesse novo formato?

 

Viver sua verdade

 

A psicóloga Vanessa Cardoso contou ao ND+ que as maiores queixas de seus pacientes no período de festas estavam ligadas às hipocrisias familiares. Hoje, ela sente que as pessoas conseguiram se libertar dessas amarras.

 

“As pessoas estão vivendo suas verdades. Sendo elas mesmas. Não precisam ir em encontros forçados. Passaram muitos anos tendo que lidar com esses encontros e hoje, eles podem ser evitados”, destaca a psicóloga.

 

Um novo sentido

 

O ano de 2020 exigiu novas habilidades internas. O trabalho de forma remota, os cuidados sanitários, compras online, e o maior tempo em casa com a família transformaram a rotina.

 

Cardoso sugere que as pessoas deem um novo sentido a esse período de festas. Um sentido ligado à reflexão, ao cuidado com os outros e consigo, à conexão com aquelas pessoas que atravessaram juntas a quarentena. A palavra de ordem é ressignificar.

 

“Celebrar é poder partir de outro lugar. É reconhecer as vivências e encarar a realidade. Preparar-se para o futuro. Ressignificar não quer dizer que é pior ou melhor. Posso estar com poucas pessoas fisicamente, mas com várias de forma virtual. A ideia é ampliar, não diminuir”, diz Vanessa.

 

Aproveite o tempo consigo mesmo

 

Para aqueles que vão passar as festas de fim de ano sozinhos a recomendação é fazer desse momento uma celebração.

 

Entender que, se não houve a possibilidade de ficar junto da família por questão de saúde, foi por um ato de amor ao próximo.

 

É preciso encarar a realidade e desenvolver a capacidade de se fazer companhia.

 

Além disso, estar sozinho ou em poucas pessoas não tem que ser visto como algo negativo. A psicóloga também alerta que não adianta se endividar para comprar presentes para a família toda, só para compensar a distância.

 

A ideia é desconstruir a lógica de que as festas de fim de ano representam fartura e aglomeração.

 

Para encarar essa situação de cabeça erguida, sem deixar de lado a aura festiva, Cardoso dá algumas dicas:

 

“Faça uma comida que você goste; arrume a mesa; escute uma música que faça sentido àquele momento; vista-se da forma como quiser e se sentir bem. Entre em contato com pessoas que estão em uma situação parecida. A virada do ano é o momento para refletir e ser verdadeiro consigo mesmo”, conclui.


POR: BRUNA STROISCH – ND+

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