Rui Car
24/12/2020 16h26

“Sinto falta do carinho das crianças” diz Papai Noel de Blumenau sobre o Natal na pandemia

Bom Velhinho de máscara, álcool em gel por todas as partes e distanciamento social... Em 2020 a comemoração é diferente

Assistência Familiar Alto Vale
O Papai Noel este ano ficou pertinho, mas de outro jeito (Foto: Divulgação )

O Papai Noel este ano ficou pertinho, mas de outro jeito (Foto: Divulgação )

Delta Ativa

O clima natalino certamente está diferente neste ano, inclusive para o próprio Papai Noel. Ou melhor: aos papais noéis. Dezembro chegou e a pandemia do novo coronavírus afetou também o Natal em Blumenau e a rotina daquelas pessoas que trabalham com o entretenimento de crianças nessa época do ano.

 

O mundo todo precisou se adaptar ao tal “novo normal” de convivência para conseguir frequentar locais essenciais para a sobrevivência. No início da pandemia, ninguém esperava que o vírus fizesse parte do Natal, mas… Aqui estamos, em dezembro e no nível de risco gravíssimo para a doença na região do Vale do Itajaí.

 

Papai Noel: real ou digital?

 

Para falar sobre esse cenário do Natal de 2020, nós conseguimos uma entrevista exclusiva com o Papai Noel. 

 

Tá, não é para tanto. O Bom Velhinho que conversou conosco é Celso Junkes Picler, que todos os anos faz a alegria da criançada no Neumarkt Shopping, em Blumenau. Neste ano, em vez de receber os pimpolhos pessoalmente, ele teve de ficar em um estúdio digital. Diferente? Muito.

 

— Para mim é diferente, eu sinto a falta do carinho das crianças, de poder abraçar elas, abraçar os pais. O meu grande sentimento é, chega no dia do Natal e como vai ser? Quem está sentado ao redor da mesa? Será que a família pode estar reunida como nos outros anos sem faltar ninguém? Mas temos que ser fortes.

 

Por falta de apenas um Papai Noel, a campanha dos Correios que ocorre todos os anos para levar presentes às crianças, deixou à disposição todas as cartinhas em formato digital, para que os ajudantes do velhinho mais famoso do mundo pudessem entrar em ação.

 

As cartas que esgotam rapidamente em anos “normais”, em 2020 precisaram ter a campanha prorrogada por mais uma semana. No Estado, a estimativa é de que 3,7 mil crianças tenham seus desejos atendidos.

 

Celebração iluminada

 

Assim como tudo, as comemorações e celebrações natalinas também sofreram adaptações para que o espírito desta época do ano que traz tanta felicidade e enche o coração das pessoas de amor e carinho pudesse acontecer.

 

Martin Grodiski, responsável pela casa iluminada do bairro Itoupava Norte, que há 25 anos encanta todas as gerações, é uma dessas pessoas que não abre mão de celebrar a época tão importante para a população. Ele adaptou os locais de visitação para os turistas fotografarem e deixou à disposição frascos de álcool em gel para que as pessoas não esqueçam de higienizar as mãos durante a visita.

 

— Eu e minha esposa pensamos em não fazer nada este ano, mas precisamos fazer para levar alegria para as pessoas. Sinto a felicidade das pessoas. — Lembra Martin.

 

A casa iluminada de Martin tem 850 mil lâmpadas. A quantidade é a mesma usada no ano passado, quando não estávamos vivendo em uma pandemia. Ele contou à reportagem do Santa que percebeu uma diminuição do público, mas que não se arrepende de ter montado a estrutura neste ano:

 

— Nós temos que manter o clima natalino, manter um pouco de alegria. 

 

Casa Iluminada

Casa Iluminada (Foto: Patrick Rodrigues)

A energia do Natal

 

Para seu Almir Boss, dono da casa iluminada do bairro Garcia não é diferente. É o clima natalino que o inspira a fazer a decoração que hoje já é montada em oito casas vizinhas. Com 115 mil lâmpadas que iluminam a vida de quem passa pelo local, ele lamenta a dificuldade que tem para arcar com os custos de energia e manutenção.

 

— Todo ano a energia foi paga com a caixinha de contribuição espontânea, mas este ano isso não vai acontecer. Alguns patrocinadores e amigos falaram para não nos preocuparmos com o valor final pois eles estão dispostos a ajudar — lembra.

 

A preparação para montar a iluminação das casas inicia no primeiro trimestre do ano. Todas a iluminação é reciclada e foi doada para seu Almir abrilhantar a vizinhança.

 

— Nós recolhemos tudo em janeiro, separamos o que precisa concertar e guardamos em caixas de isopor para ir arrumando até o fim do ano. Pensamos em não fazer nada neste ano, ficamos receosos por causa da pandemia, mas decidimos fazer. Começamos a montar em outubro e terminamos em novembro — conta.

 

Para quem quiser visitar os locais presencialmente, as luzes são acesas todos os dias por volta das 19h, ao cair da noite e ficam até à meia-noite, no entanto, os donos alertam:

 

– Só pode ficar no local quem estiver usando máscara.


POR: BRENDA BITTENCOURT / JORNAL DE SANTA CATARINA – NSC

Justen Celulares