Rui Car
10/01/2020 09h55 - Atualizado em 10/01/2020 08h28

Toffoli autoriza Netflix a exibir Especial de Natal do Porta dos Fundo

No filme, os pais de Jesus são retratados como corno e maconheira e ele como gay

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Por Thaís Garcia - Conexão Política

Por Thaís Garcia - Conexão Política

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, concedeu nesta quinta-feira (9) decisão liminar que autorizar a Netflix a exibir o Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo. O especial teve sua veiculação suspensa pela Justiça do Rio de Janeiro na quarta-feira(8), atendendo ao pedido da Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura.


O Filme

Com a máscara de “paródia religiosa” e “crítica sociocultural”, o filme “A Primeira Tentação de Cristo” na verdade é repleto de acidez e ofensas à fé cristã, e culturalmente, sem méritos.

 

Em síntese, o filme conta que ao regressar de uma viagem de 40 dias pelo deserto, Jesus é surpreendido com uma festa de aniversário para celebrar os seus 30 anos. A certa altura, seus pais, Maria e José, revelam que ele foi adotado e que seu verdadeiro pai é Deus. Um dos convidados para a festa é uma prostituta chamada Telma, provavelmente fazendo menção à Maria Magdalena.

 

No filme, os pais de Jesus (Gregório Duvivier), José (Rafael Portugal) e Maria (Evelying Castro), são retratados como corno e maconheira. Jesus tem o estereótipo de um estudante universitário militante gay de esquerda e fã de boy bands, que tem um relacionamento amoroso com Orlando (Fábio Porchat). Durante o desenrolar do filme, Deus Pai (Antonio Tabet) é apresentado como um “tarado”. Deus dá a missão à Jesus para espalhar sua palavra pelo mundo. No entanto, o Jesus do filme escolhe a vida de um típico jovem esquerdista, longe de responsabilidades e do trabalho.


“Liberdade de expressão”

A decisão de Toffoli é provisória e foi tomada em função do recesso do Judiciário. A relatoria do pedido ficou com o ministro Gilmar Mendes, mas foi redistribuída ao presidente da Corte, em caráter liminar.

 

 

“Não se descuida da relevância do respeito à fé cristã (assim como de todas as demais crenças religiosas ou a ausência dela). Não é de se supor, contudo, que uma sátira humorística tenha o condão de abalar valores da fé cristã, cuja existência retrocede há mais de 2 (dois) mil anos, estando insculpida na crença da maioria dos cidadãos brasileiros”, afirmou Toffoli.

 

A juíza Ludmila Lins Grilo se manifestou em sua rede social a respeito da decisão de Toffoli.

 

“Se o STF liberou o filmeco que agride a religião dos outros, podemos concluir que, pelo mesmíssimo fundamento (liberdade de expressão), também passou a liberar críticas aos membros da Corte. Quem pode o mais (agredir), pode o menos (criticar). Ubi eadem ratio, ibi eadem jus”, escreveu Ludmila L. Grilo no Twitter.

 

Decisão
Na quarta-feira (8), Abicalil determinou que a Netflix retirasse do ar, imediatamente, o Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo, assim como trailers, making of, propagandas, ou qualquer alusão publicitária ao filme. A decisão estabelecia ainda que a produtora e distribuidora Audiovisual Porta dos Fundos se abstivesse de autorizar a exibição e/ou divulgação do especial por qualquer outro meio, sob pena de multa diária de R$ 150 mil.

 

A solicitação já tinha sido feita anteriormente, mas sem sucesso, sendo negada em primeira instância.

 

Veja a conclusão do desembargador:

 

“Por todo o exposto, se me aparenta, portanto, mais adequado e benéfico, não só para a comunidade cristã, mas para a sociedade brasileira, majoritariamente cristã, até que se julgue o mérito do Agravo, recorrer-se à cautela, para acalmar ânimos, pelo que concedo a liminar na forma requerida”, escreveu o magistrado.

 

 

Fontes: Agência Brasil e Twitter.

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