Rui Car
16/06/2018 15h10 - Atualizado em 15/06/2018 14h06

Trabalha até tarde? Você está colocando sua saúde em risco

Quem está acostumado a trabalhar muito pode ter consequências para a saúde física e mental

Assistência Familiar Alto Vale
Portal Minha Vida

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Uma pesquisa realizada pela Catho, descobriu que cerca de 60% dos brasileiros fazem hora extra no trabalho. O estudo foi realizado com mais de 23 mil pessoas. Destas, mais de 13 mil admitiu ficar além do horário combinado. Alguns casos chegam a ultrapassar 16 horas-extras semanais.

 

 

Realizar horas extras uma vez ou outra é comum. No entanto, quando isso vira uma rotina pode trazer prejuízos para a saúde física e mental. Veja a seguir os malefícios que estender demais no trabalho podem trazer para a sua vida.

 

AVC

Uma pesquisa realizada pelo University College London, no Reino Unido, descobriu que pessoas que realizam hora extra no trabalho têm mais risco de ter AVC. De acordo com a pesquisa, trabalhar 55 horas semanais poderia aumentar em 33% o risco de fibrilação cardíaca, um tipo comum de arritmia cardíaca, no qual o ritmo dos batimentos cardíacos é, em geral, rápido e irregular. A fibrilação atrial, se não tratada, pode levar a complicações graves de saúde, entre elas o AVC, que acontece em caso de os coágulos sanguíneos se soltarem e viajarem para o cérebro.

 

Doenças cardíacas

Uma pesquisa realizada pela Sociedade Europeia de Cardiologia descobriu que pessoas que trabalham longas horas por dia têm mais chance de desenvolver um ritmo cardíaco irregular, também conhecido como fibrilação atrial. A pesquisa foi realizada com mais de 85 mil homens e mulheres.

 

 

Para a realização do estudo foi feita uma comparação com pessoas que trabalharam uma semana normal entre 35-40 horas, com indivíduos que trabalharam 55 horas. Os pesquisadores avaliaram o horário de trabalho dos participantes entre o período de 1991 e 2004.

 

 

Ao analisar os dados os pesquisadores concluíram que aqueles que trabalhavam longas horas tiveram um risco 1,4% maior de desenvolver um ritmo cardíaco irregular mesmo depois de terem ajustado sua jornada de trabalho.

 

Depressão

Um estudo publicado no periódico PLoS ONE revelou que fazer muitas horas extras no trabalho com frequência pode dobrar o risco de desenvolver depressão nervosa. A análise foi liderada por uma pesquisadora do Finnish Institute of Occupational Health, na Finlândia, e da University College London, na Inglaterra.

 

Para a pesquisa, foram acompanhados 1.626 homens e 497 mulheres durante cinco anos. A idade média dos participantes era de 47 anos no início do estudo e todos eram servidores públicos.

 

Os especialistas observaram que aqueles que trabalhavam 11 horas por dia ou mais tinham um risco até 2,5 vezes maior de adoecer do que aqueles que tinham um expediente de oito horas diárias. Descobriu-se também que a ligação entre a doença e o estilo de vida da pessoa não afetava tal probabilidade.

 

A depressão é um distúrbio afetivo caracterizado por presença de tristeza, pessimismo e baixa autoestima, sintomas que aparecem com frequência e podem combinar-se entre si. O acompanhamento médico é fundamental para diagnóstico e tratamento adequados.

 

 

Obesidade

Pessoas que trabalham demais podem passar longas horas sentadas e a falta de atividade física pode contribuir para o aumento da obesidade. “Quando o indivíduo não se movimenta muito, o metabolismo fica mais lento e sua queima calórica é mais baixa”, afirma o endocrinologista Paulo Rosenbaum, do Hospital Albert Einstein. Dessa forma, passar muito tempo sentado reduz nosso gasto energético, comportamento que pode favorecer o ganho de peso e, em casos graves, a obesidade. “Outros fatores como má alimentação, sedentarismo e predisposição ao ganho de peso também são determinantes”, completa o especialista.

 

Câncer

Mulheres que passam muitas horas trabalhando podem triplicar o risco de câncer. A pesquisa foi realizada pelo Ohio State University. De acordo com o estudo o perigo começa a aumentar quando as mulheres realizam mais de 50 horas/semanais de trabalho.

 

Para a realização do estudo, os pesquisadores analisaram dados médicos de mais de 7.492 homens e mulheres durante 32 anos. A pesquisa consistiu em fazer uma relação entre a jornada de trabalho e a incidência de doenças crônicas, como o câncer. Os cientistas concluíram que pessoas que trabalharam mais de 51 horas/semanais tinham mais chance de desenvolver um câncer do que as que saiam no horário correto.

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