Foto: Arquivo Pessoal
A história dessa família parece até um aventura de um filme de Hollywood. Os personagens principais do enredo são: o jornalista Guarany Pacheco, de 42 anos anos, e a esposa, também jornalista, Ana Minosso, de 46 anos. Quem também embarcou junto foi a fiel escudeira do casal, a filha, estudante e, nas horas vagas influencer digital, Ana Laura, de 14 anos.
O cenário é considerado atípico, já que se passa durante a pandemia do novo coronavírus, ano de 2020. Para muitos, o ano incerto decisões bruscas nem deveriam ser consideradas. Para esta família, “o ano”. O momento ideal para tirar do papel aquela ideia que vinha desde 2012 fazendo barulho na cabeça do Guarany e da Ana, o desejo de silenciar um pouco a rotina exaustiva e levar uma vida mais leve.
Até o resultado final, tiveram alguns testes. “Em 2016, resolvemos aprofundar a decisão e eu tirei um ano sabático para poder organizar a família. Em 2018, minha esposa conseguiu ficar mais dona da própria agenda (eu já estava) e então retomamos umas aventuras que fazíamos, como viagens, acampamentos, etc”, conta Guarany.
Aventuras da família em Itapoá (Foto: Arquivo Pessoal)
Mas foi só no fim de 2019 que os três se aventuraram em um Pajero 2001, carinhosamente chamada de Valente. Guarany, Ana, Laurinha e o Valente cruzaram o Pantanal, a Amazônia, a Amazônia Peruana, subiram a Cordilheira dos Andes, foram a Machu Pichu, cruzaram toda a Bolívia, chegaram no Oceano Pacífico no Chile, e até voltaram passando pelo Deserto do Atacama, subindo e descendo novamente os Andes, cruzando a Argentina e, finalmente, retornando ao Brasil.
“Sempre fomos aventureiros, porém sempre discretos. Só os mais chegados sabiam dessas aventuras. Não colocávamos nada nas redes sociais”, relembra.
Até que em 2020, a pandemia provou que não dava mais para a família adiar os sonhos. “Ela mostrou que podemos perder o controle da nossa própria vida. E que as decisões que tomamos poderiam se perder. Morávamos na Pedra Branca, em Palhoça, e um dia fui levar o lixo na rua. Quando entrei em casa, falei para as meninas: já sei o que fazer em 2021! Vamos morar num trailer e rodar o Brasil”, conta. Para ele, convencer as companheiras de apoiar essa “loucura”, como ele mesmo chama, não foi nada difícil, já que “elas sempre foram corajosas, toparam na hora”.
Mãe e filha em Porto Belo (Foto: Arquivo Pessoal)
Em relação ao trabalho, o jornalista garante que o compromisso do casal é com a educação da filha e em ter a experiência de vida. “Somos jornalistas e curiosos por natureza, queremos entender que Brasil está surgindo pós-pandemia”, acrescenta.
Decisão tomada, era hora de escolher a “casa sobre rodas”. Guarany olhou, nada mais e nada menos, que 2.500 fotos até chegar na que moram. O trailer não perde nada para uma casa convencional. Tem quarto de casal, um beliche que vira mesa e uma mesa de jantar que vira cama de casal. Tem banheiro, cozinha, fogão a gás, geladeira, microondas e até exaustor.
Ana Laura e os estudos:
Ana Laura estudando inglês (Foto: Arquivo Pessoal)
Trailer escolhido, era hora de pensar em como a Ana Laura estudaria. Os pais ligaram para a escola da jovem imediatamente, que é de educação montessoriana. “A diretora topou na hora e a partir daí ela, a Ana Laura, minha esposa e os professores construíram um projeto pedagógico que estamos cumprindo desde já, mesmo sendo janeiro (período que não tem aula)”, explica o pai.
De acordo com Guarany, a Ana cria conteúdos dos locais que visita e compartilha com os colegas de todas as turmas. “Viemos para Morretes e Antonina especificamente para registrar a parte histórica das cidades, a estação ferroviária e a Serra do Mar. Fizemos isso também nos portos de Itajaí e Itapoá. Também já estamos com o material didático do ano todo”, afirma o pai, que completa que se não fosse a parceria da escola, talvez não fosse possível realizar a viagem.
Cronograma de Viagens:
A nova casa da família (Foto: Arquivo Pessoal)
A família está em São Paulo e deve cruzar o Rio de Janeiro, ir para Minas Gerais, Sul da Bahia e percorrer o Nordeste todo. A meta é chegar na Amazônia em entre junho e julho.
