Rui Car
25/11/2017 11h30 - Atualizado em 25/11/2017 10h07

Um raro defeito de nascença uniu esses corações

"Posso dizer que eu me apaixonei por Cameron em 1995"

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Emily Kohlman tinha apenas 4 anos de idade quando conheceu Cameron – o menininho que em alguns anos seria seu amado marido e pai de sua linda filha. Mas foi uma doença rara que uniu essas almas gêmeas, 22 anos atrás, quando eles estavam sendo tratados de extrofia da bexiga no Hospital Johns Hopkins, em Baltimore, Md.

 

Era o ano de 1995 e os dois pequenos de 4 anos tinham que passar pela mesma cirurgia, com poucos dias de diferença um do outro. Emily compartilhou sua tocante história na página do Facebook, Love What Matters.

 

Embora em alguns momentos eu tenha me perguntado por que eu e Cameron tínhamos que aguentar a dor que acompanha a extrofia de bexiga, eu agora entendo. Passaria por isso 100 vezes, se preciso fosse.”(Fotos: Facebook / Love What Matters)
 
 

Cameron é de Ohio e eu sou de Wiscosin. Nós ficamos presos a uma cama de hospital, apresentados ao homem que nos devolveria a nossa saúde e proporcionaria nosso encontro, um cirurgião de renome mundial, Dr. Robert Jeffs. Nós temos o mesmo tipo de defeito de nascimento, chamado extrofia da bexiga “, escreveu Emily. A extrofia da bexigaé um problema raro de nascimento, onde a bexiga se desenvolve fora do corpo através de uma abertura na parede abdominal.

 

Mas no ano de 1995 nossos pais nem imaginavam que esse problema se transformaria para nós numa abundância de bênçãos. Em 2006, ainda adolescentes, Emily e Cameron se apaixonaram.

 

“”Posso dizer que eu me apaixonei por Cameron em 1995, a primeira vez que ele me beijou no McDonald”, disse Emily. “Nosso amor era infinito, implacável mesmo. Na escola, as pessoas pensavam que éramos tolos, curtindo um relacionamento de longa distância, contando os momentos até que pudéssemos começar nossas vidas juntas. Provamos a cada um deles que estavam errados.”

 

Em 21 de novembro de 2012, Cameron se pôs de joelhos, tirou um anel do bolso e perguntou se Emily queria ser sua esposa. Em 2015, aconteceu o casamento de seus sonhos, compraram uma casa e continuavam preenchendo sua vida com amor e risos.

 

Em 2015, Emily e Cameron tiveram o casamento de seus sonhos, compraram uma casa e continuavam preenchendo sua vida com amor e risos. (Fotos: Facebook/Love What Matters)
 

“Os dias se passavam, cada vez melhor. Eu pensei que esses seriam os dias mais felizes da minha vida, até o dia 1º de outubro de 2016.”

 

Apesar de acharem que estavam prontos para começar a tentar um bebê, dois meses antes, Emily diz que nada poderia prepará-la para o que estava prestes a acontecer.

 

“Eu percebi que minha menstruação estava algumas semanas atrasada, e fiz um teste de gravidez enquanto Cameron estava trabalhando. Parte de mim se perguntava: “O que eu estava pensando, fazendo o teste sozinha?” Você sabe como o casal geralmente faz o teste de gravidez juntos, esperando impacientemente e olhando a mudança de cor, na pia do banheiro, não sabe? Faça isso, mas não sozinha.”

 

Como eu suspeitava, o sinal de positivo surgiu no teste após o que parecia horas de espera.

 

“Sem dúvida alguma eu estava muito feliz, mas também era aterrorizante. Tantas perguntas passaram pela minha cabeça enquanto esperava impacientemente que Cameron voltasse do trabalho: “Será que o nosso bebê teria extrofia da bexiga? Como meu marido receberá a notícia?”  Eu pensei em todos os cenários até ele voltar do trabalho.

 

Quando ele soube, a alegria foi total. Mas como os pais de primeira viagem, as perguntas vieram à tona – especialmente aquela que ele não conseguiam parar de pensar.

 

Não se conhece um casal em que ambos tenham extrofia de bexiga, e que tiveram um bebê juntos. 

 

“Nosso bebê terá extrofia de bexiga? Não se tem conhecimento de casos em que um casal, ambos com extrofia de bexiga, tenham tido um bebê juntos, e por isso pouco se sabe sobre essa condição.”

 

O casal procurou o melhor médico e começou a planejar uma gravidez saudável, com especial atenção sobre a bexiga do bebê. Primeiro, o médico achou que eles poderiam visualizar a bexiga na 14ª semana de gestação. Pelo ultrassom se poderia saber se ela estava bem posicionada dentro do bebê – o que daria a certeza de não haver extrofia de bexiga.

 

Mas quando a 17ª semana chegou…depois a 19ª, e finalmente a 21ª, a coisa ficou desencorajante. Nós nos preparamos emocionalmente para que nosso bebê tivesse extrofia de bexiga.

 

Em 9 de janeiro de 2017, com 26 semanas, eles foram para novo ultrassom e ao passar o aparelho sobre a barriga, o médico disse: “Pare, bem aqui. Aqui está”.

 

Everleigh Grace pesava mais de 3Kg de absoluta perfeição.(Foto: Facebook/Love What Matters)
 

A alegria tomou conta de cada centímetro meu. A bexiga… DENTRO! Isso foi maravilhoso, não apenas para nós, mas para nossa família e as crianças que ainda estariam por vir também.

 

As 16 semanas seguintes voaram, sem nenhuma complicação. O pouco que apareceu nada tinha a ver com problemas de bexiga no bebê – só da mãe, que tinha que fazer xixi a cada 15 minutos…normal.

 

Com 37 semanas de gravidez, Emily foi para uma consulta de rotina.

 

“Estava preparada para uma cesárea na semana seguinte. Eu estava enorme e muito desconfortável (uma família de baleias não era tão grande quanto eu). Nossa princesa veio ao mundo via cesárea.

 

Everleigh Grace pesava mais de 3Kg de absoluta perfeição.

 

Embora em alguns momentos eu tenha me perguntado por que eu e Cameron tínhamos que aguentar a dor que acompanha a extrofia de bexiga, eu agora entendo. Passaria por isso 100 vezes, se preciso fosse, para ser recompensada com essa vida maluca e maravilhosa, junto com meu amado marido e minha linda filhinha.”

 

 

Nisean Lorde

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