Rui Car
18/02/2019 15h02

Uso de maconha pode provocar infertilidade, diz estudo

Maconha altera DNA dos espermatozoides

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Se você sempre sonhou em ter filhos, mas gosta de dar o famoso “tapa na pantera”, é bom ficar atento. Um estudo publicado no periódico Epigenetics mostrou o efeito do THC — princípio ativo da maconha — no DNA do espermatozoide e os riscos reprodutivos associados ao uso da erva. De acordo com a autora principal do estudo, Susan K. Murphy o ideal é evita o uso se você quiser engravidar.

 

“Diria, por precaução, que pare de usar cannabis por pelo menos seis meses antes de pensar em uma gestação”, diz ela.

 

Ao todo foram 24 homens, entre 18 e 40 anos, que participaram da pesquisa. Metade deles eram usuários de maconha e o restante nunca havia tido contado com a erva ou fumou menos de 10 vezes ao longo da vida. Além de alterar a estrutura genética dos espermatozoide, os pesquisadores concluíram que o THC reduz consideravelmente a concentração dos mesmos.

 

A substância afeta a epigenética, provocando mudanças estruturais e regulatórias no DNA do esperma dos usuários. Ao que parece, o THC tem como alvo genes em duas principais vias celulares e altera a metilação do DNA, um processo essencial para um desenvolvimento normal.

 

O que os pesquisadores ainda não conseguiram descobrir é se isso é passado de pai para filho e quais efeitos isso poderia ter nas crianças. “O que descobrimos é que os efeitos do uso de cannabis nos homens e na sua saúde reprodutiva não são completamente nulos, pois há algo sobre o consumo que afeta o perfil genético dos espermatozoides. Ainda não sabemos o que isso significa, mas o fato de que cada vez mais jovens do sexo masculino têm acesso legal à cannabis é algo que devemos pensar”, disse Scott Kollins, um dos autores do estudo.

 

Quanto maior a concentração de THC no organismo, mais evidentes eram as alterações genéticas, e a substância pareceu afetar diferentes genes tanto nos humanos quanto em testes realizados em ratos. Muitos genes tinham algo em comum e estavam associados a duas das mesmas vias celulares principais.

 

Uma das vias é responsável em ajudar os órgãos do corpo a atingirem seu tamanho total e a outra envolve os genes que regulam o crescimento durante o desenvolvimento. Ainda sim o estudo não é 100% certo, já que fatores como estilo de vida, condições físicas, dieta, consumo de álcool e qualidade de sono não foram levados em conta.

 

Além disso, o estudo é limitado pela baixa quantidade de participantes e é por isso que a equipe pretende realizar pesquisas mais amplas para chegar a um resultado mais preciso. Eles querem analisar se as mudanças no esperma são revertidas quando o indivíduo para de consumir maconha e testar o cordão umbilical dos filhos de usuários para determinar se as alterações são transmitidas para a criança.

 

“Sabemos que há efeitos do uso de cannabis nos mecanismos de regulação do DNA do esperma, mas não sabemos se podem ser transmitidos para a próxima geração. Na ausência de um estudo maior e definitivo, o melhor conselho seria assumir que essas mudanças estarão lá. Não sabemos se eles serão permanentes”, afirmou Susan K. Murphy, autora principal.

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