Rui Car
24/08/2018 14h03

Você sabe escutar um não?

Nosso aprendizado, as vezes, distorcido acredita que ouvir sim é algo bom e ouvir não é algo ruim

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Muitas pessoas, têm dificuldade de dizer não. As pessoas tímidas, por exemplo, sofrem mais com isso. E, então, sentem-se presas nos seus pensamentos mais críticos, e com medo de desagradar, de não serem aceitas ultrapassam seus limites. Tudo isso na tentativa de evitar desencontros, confrontos e conflitos. Mas além da habilidade de dizer não, e impor seus limites, será que você sabe ouvir quando alguém lhe diz não? Sabe respeitar os limites dos outros?

 

 

Escutar um não pode ser mesmo difícil. Se você pede ou espera algo de alguém e a resposta vem com uma negativa nem sempre é fácil saber lidar com a frustração. As principais razões para ser tão difícil receber um não são:

 

  • criação de expectativas (imaginasse cenários mentais como certos sem avaliar as escolhas e modo de vida dos outros)
  • acredita na obrigação e dever do outro (e o não cumprimento disso remete a uma sensação de frustração, traição e injustiça. Acessar todos esses sentimentos ou alguns desses, produz um grande mal estar)
  • conta com certo que você receberá um sim (quando recebe o oposto é uma grande e terrível surpresa)
  • emoções carona (outras situações já vividas de imposição de limites e recebimento de não que despertaram um sentimento ruim e voltam como se fossem “carona”, “entram na onda” desse momento, ou seja, uma “super reação”, pois a resposta atual não é apenas ao momento presente, mas tem como base o acumulo de emoções negativas passadas)
  • generalização (quando se entendo que o não recebido significa muito mais do que precisamente algo que foi posto um limite).

 

Esses são os principais pontos de pensamentos para entender o grande incômodo ao escutar um não. E, talvez, o mais forte deles é a distorção do real mesclado e misturado com a fantasia. Vou explicar melhor: muitos adultos se recordam da frustração que viveram quando eram crianças ao sofrerem quando receberam um não. E muitos desses adultos não atualizaram suas percepções, afinal, muitos desses não que lhes foram dados era de grande valia, proteção e parte da educação. Embora a realidade possa ser uma só, as percepções, sensações e emoções sentidas são muitas. Em outras palavras, sentir-se desconfortável com um não nem sempre é parte do real, mas em alguns momentos é fruto das distorções, associações e emoções confusas dentro de nós (do nosso momento presente e todo nosso histórico e vivencia).

 

 

Esses são os principais pontos de pensamentos para entender o grande incômodo ao escutar um não. E, talvez, o mais forte deles é a distorção do real mesclado e misturado com a fantasia. Vou explicar melhor: muitos adultos se recordam da frustração que viveram quando eram crianças ao sofrerem quando receberam um não.

 

 

E muitos desses adultos não atualizaram suas percepções, afinal, muitos desses não que lhes foram dados era de grande valia, proteção e parte da educação. Embora a realidade possa ser uma só, as percepções, sensações e emoções sentidas são muitas. Em outras palavras, sentir-se desconfortável com um não nem sempre é parte do real, mas em alguns momentos é fruto das distorções, associações e emoções confusas dentro de nós (do nosso momento presente e todo nosso histórico e vivencia).

 

Ciclo do “não”

Nosso aprendizado, as vezes, distorcido é que ouvir sim é algo bom e ouvir não é algo ruim. Por exemplo, já começa na infância que as crianças admiram os pais dos amigos que a tudo dizem sim. Nem sempre no processo de educação os filhos entendem as razões e a importância de um ?não? que lhe foi dado. Nesse ponto, seria possível abrir um outro tema: ?será que os pais sabem ensinar a importância do não?? Minha resposta seria: ?infelizmente, poucos sabem.? E seria de grande valia para vida adulta se houvesse esse aprendizado desde cedo.

 

E com isso, então, quem não recebe os limites desde cedo têm mais dificuldade de lidar com as frustrações que fazem parte da vida. Sejam elas no âmbito pessoal ou profissional, por exemplo. Superar um problema não é não tê-lo, mas ser capaz de criar caminhos e resistir o suficiente para poder seguir na direção que se deseja, sem se perder de quem se é, dos valores e objetivos. A chave do sucesso é adaptação para produção de solução.

 

Os maiores problemas acontecem dentro dessa sequência emocional:

 

  • Ouviu-se um não
  • Despertar de emoções negativas (sejam elas sobre o tema atual, ou as associações inconscientes de vivencias passadas, ou seja, um gatilho para repetição de sensações ruins e uma explosão de sentimentos)
  • Acreditar que as emoções estão corretas (quem disse que nossas percepções não podem ser falhas, distorcidas ou mesmo excessivas?)
  • Agir com base nas emoções (que não são exatamente as bases mais corretas)
  • Impor ao outro que disse não que as emoções sentidas por quem ouve é o caminho a ser seguido, culpando e punindo pelo mal estar sentido.
 

Ressignificando o “não”

E a melhor parte desse artigo vem agora, pois eu garanto que tem solução. E solução sempre é a melhor parte. Para ressignificar a percepção de algo é preciso:

  • entender que as emoções não são sempre nosso melhor guia
  • emoções são mutáveis e podemos nós guiá-las ao invés de sermos guiados

 

Os passos para o processo de mudança são:

percepção das suas associações (o que o ?não? representa para você); questionar suas emoções (não é negar o que sente, é compreender melhor o sentimento, sem julgamento ou crítica, mas também não é achar que porque sente é real, e com isso, é possível avaliar o tamanho adequado da sua resposta ao ouvir um ?não?); encontrar novas formas de dizer, lidar, ou pensar sobre o tema (é uma proposta de exercício consciente de mudança e atenção).

 

Durante o processo psicoterápico é possível uma maior compreensão e mudança, pois o psicoterapeuta tem completa direção do seu foco de atenção e escuta para o paciente, sendo capaz de ajustar, corrigir e completar as ideias de melhora e cura. Existem exercícios específicos para cada etapa necessária, por exemplo:

 

 
  • quem necessita melhorar situações passadas, traumas e memórias
  • aceitação das emoções
  • separação do que é sentir, real e as opções de ações (afinal, ouvir um não, sentir-se mal não lhe dá o direito de fazer mal ao outro)
  • construções de ações baseadas em escolhas de sucesso e bem estar.

 

Quem lida melhor com as emoções sem se perder no que é fantasioso ou criar conclusões negativas é capaz de gerenciar melhor as opções que têm de escolhas para uma ação efetiva. Todos nós somos capazes de criar novos caminhos de superação. A melhor estrutura emocional com maturidade, força interna, novos significados, dando sentido, atuando com resiliência e longanimidade nos permite não perder tempo com o que não é importante e ter garra para seguir na direção do bem estar e alcance de objetivos

 

Desejo boas escolhas e sucesso naquilo que busca!

 

Adriana de Araújo

www.adrianadearaujo.com.br

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