Rui Car
06/04/2024 16h59

Ziraldo, criador do Menino Maluquinho, morre aos 91 anos

Informação foi confirmada pela família

Assistência Familiar Alto Vale
Foto: Divulgação

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O desenhista e escritor Ziraldo morreu aos 91 anos. A informação foi confirmada pela família do desenhista na tarde deste sábado (6), conforme o g1. Ziraldo foi criador de personagens icônicos como os de “O Menino Maluquinho” e “Turma do Pererê”.

 

Segundo a família, o desenhista morreu dormindo, no apartamento no bairro da Lagoa, na Zona Sul do Rio, onde morava, por volta das 15h.

 

Além de desenhista e escritor, Ziraldo era chargista, caricaturista e jornalista, e um dos fundadores do jornal O Pasquim, em 1960, um dos principais veículos a combater a ditadura militar no Brasil.

 

Ziraldo Alves Pinto nasceu em 24 de outubro de 1932 em Caratinga, Minas Gerais, onde passou a infância. Mais velho de sete irmãos, foi batizado a partir da combinação do nome da mãe, Zizinha, com o do pai, Geraldo.

 

Leitor assíduo desde a infância, teve seu primeiro desenho publicado quando tinha apenas seis anos, em 1939, no jornal “A Folha de Minas”.

 

Começou a carreira nos anos 1950, na revista “Era uma vez…”. Em 1954, passou a fazer uma página de humor no mesmo “A Folha de Minas” onde estreou. Formou-se em Direito na Faculdade de Direito de Minas Gerais, em Belo Horizonte, em 1957. No mesmo ano, entrou para o time das revistas “A Cigarra” e, depois, “O Cruzeiro”. Em 1958, casou-se com Vilma Gontijo, sua namorada havia sete anos. Tiveram três filhos: Daniela, Fabrizia e Antônio.

 

Nos anos 1960, trabalhou no “Jornal do Brasil”. Em “O Cruzeiro”, publicou charges políticas e cartuns. Os personagens criados por ele, Jeremias, o Bom, Supermãe e Mineirinho, são dessa época.

 

Nesta mesma época, se tornou autor de histórias em quadrinhos e publicou a primeira revista brasileira do gênero com um só autor, a “Turma do Pererê”. Os personagens eram um pequeno índio e vários animais do folclore brasileiro, como a onça, o jabuti, o tatu, o coelho e a coruja.

 

“O Cruzeiro” deixou de ser publicada em 1964, a partir do início do regime militar. Cinco anos mais tarde, Ziraldo fundou, com outros humoristas, “O Pasquim”. Com textos ácidos, ilustrações debochadas e personagens inesquecíveis, como o Graúna, os Fradins ou o Ubaldo, o semanário entrou na luta pela democracia. Em 14 de dezembro de 1968, um dia depois do AI-5, Ziraldo chegou a ser detido em casa e levado para o Forte de Copacabana.

 

Em 1969, publicou seu primeiro livro infantil, “FLICTS”. Em 1979, passou a se dedicar à literatura para crianças. Seu maior sucesso, “O Menino Maluquinho”, estreou em 1980. A obra é, até hoje, considerada um dos maiores sucessos do mercado editorial brasileiro em todos os tempos.

 

Fonte: Kássia Salles / Diário Catarinense / NSC Total
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