Uma competição como a Série D do Campeonato Brasileiro é deficitária, não leva público aos estádios, tem nível técnico baixo e a bem da verdade só segue acontecendo porque a CBF subsidia boa parte dos custos como os deslocamentos dos times via área pelo Brasil.
Para os clubes, a conta geralmente não fecha e a competição é disputada com muito esforço.
No Marcílio Dias, não é diferente.
Neste sábado (28), o Marcílio Dias precisa vencer o São Luiz do Rio Grande do Sul no Estádio Dr. Hercílio Luz pela 7ª rodada da Série D, se o time de Itajaí quer seguir vivo na luta por uma vaga nas oitavas de final.
O apito inicial está marcado para 16h.
No mesmo horário a quase 10 mil quilômetros de distância, a nata do futebol mundial entra campo para a disputa da final da Liga dos Campeões da Europa entre Liverpool e Real Madrid, um jogo aguardado durante toda a temporada e que vai ser assistido por bilhões de pessoas em todo mundo.
Inclusive com transmissão em TV aberta para o Brasil, ao vivo direto do Stade de France em Paris, na França.
A emissora que vai transmitir a partida, inclusive anunciou um pré-jogo de 1h30 para fazer o esquenta.
O Marinheiro tem seus fiéis e me arrisco a dizer que os 1000 de sempre quem sabe um pouco menos, vão estar por lá.
Mas, com o jogaço rolando fica difícil imaginar que mais gente vá acompanhar a Série D no Gigantão.
Durante a semana, surgiu nas redes sociais, a informação de que o Marcílio Dias teria perdido o prazo para solicitar a mudança de horário de seu jogo e evitar o choque com a final da Champions.
Mas, segundo o presidente Hercílio de Melo e a publicação oficial do clube, a CBF não aceitou aos pedidos e manteve o duelo entre Marinheiro e São Luiz no mesmo horário da decisão entre Liverpool e Real Madrid.
E não foi birra contra o Marinheiro já que jogos de várias divisões do Brasileirão vão acontecer no mesmo horário, inclusive o Figueirense pela Série C.
A CBF certamente vai argumentar que em alguns casos, as passagens áereas já estariam reservadas e compradas para deslocamentos de times e equipes de arbitragem.
Mas, vamos combinar que a data da final da Liga é conhecida a muito tempo, ou seja, se não faltou boa vontade, faltou planejamento.
A CBF pode não ter tido a intenção, mas jogou contra o próprio produto (a Série D) e clubes com o Marcílio Dias pagam o pato.