Globo Esporte
Para muitos, um empate em 0 a 0, como foi o resultado do clássico entre Fluminense e Vasco, no Nilton Santos, pode ser um indicativo de uma partida ruim. Para Abel Braga, porém, o nível do clássico válido pela 4ª rodada da Taça Rio, numa disputa particular com Zé Ricardo, foi alto.
– Foi um jogo extremamente tático. As equipes espelhadas, em certo momento eles cresceram, aí nós começamos a tocar, eles saíram da linha dos três zagueiros, eles melhoraram, nós melhoramos… Podíamos ter ganho o jogo, como podíamos ter perdido. O jogo foi aberto. Foi interessante. Para o torcedor não deve ter sido muito bom, mas foi uma briga legal com o Zé Ricardo. E ele provou que é muito bom – disse.
Sobre o Vasco ter vindo com o mesmo esquema do Fluminense, com três zagueiros, Abel acredita que tenha sido um risco assumido por Zé Ricardo. Foi a primeira fez que o Cruz-Maltino usou o esquema na temporada.
– Achei que foi um risco (o Vasco vir no 3-5-2). Mas ele (Zé Ricardo) já deu a entender em uma entrevista que ia fazer o que fez hoje, para testar para quarta-feira (compromisso pela Libertadores). Foi um jogo igual, pegado.
Abelão brincou sobre o esquema “espelhado” utilizado pelo treinador vascaíno:
– A gente olhava para nossa cara no espelho e via a cara dos caras. Você olhava para o time do Vasco e via o time do Fluminense. Jogo muito ruim para os torcedores, mas muito bom para os treinadores. Se ele espelhou é porque é bom. Se fosse ruim, ele não iria espelhar. O time dele estava muito bem colocado. Um pouquinho diferente do meu só na posição do Wagner. Ele ficou por trás do Rildo e do Riascos.
A vitória manteve o Fluminense na liderança do grupo C da Taça Rio, com dez pontos. No domingo, às 19h30 (de Brasília), o Tricolor volta a campo pelo Carioca contra o Nova Iguaçu, no Maracanã.
Confira outros trechos da entrevista de Abel Braga:
Arbitragem de Marcelo de Lima Henrique
Arbitragem neutra. Aquele lance que reclamaram pênalti no Pedro, não houve. A atuação dele foi boa. Foi difícil. Cartões amarelos com critérios para os dois lados…
O retorno de Douglas
Esse jogador não é surpresa. Gosto muito dele. Mesmo com um pouquinho com falta de ritmo ele entrou bem, aparece muito para o jogo. Não errou praticamente nada. Teve uma bola linda que ele deu para o Ayrton, mas ela bateu e correu porque o campo estava molhado. Não sei se vou começar com ele domingo, vou pensar bem, tem que ser com calma.
Doulgas no lugar do Richard, suspenso?
O Douglas é mais uma função do Jadson do que do Richard. Temos o Airton quase pronto. Vamos pensar com calma para ver o que fazer.
Um dos jogos mais táticos da carreira?
Não. O jogo mais tático da minha carreira foi o Mundial contra o Barcelona (campeão com o Inter). Tinha que arranjar uma maneira de parar aqueles caras. Nós ganhamos de 1 a 0.
Repetição de time
Sabe qual a maior dificuldade? É ter que ficar repetindo time. Ninguém aguenta. Hoje botei um jogador que eu fecho o olho e ponho, que é o Douglas. Marcos Jr. tomou uma pancada, botei o Robinho. A bola não estava chegando no Pedro, chegou no Dudu, mas ele errou. Vai oscilar porque não está dando para mudar. Domingo teremos que mudar alguma coisa. Porque quarta o tempo de recuperação é menor e temos jogo decisivo.
Receio com elenco curto para temporada
Esse é meu medo. Não vamos mudar a maneira de jogar. Vamos, inclusive, evoluir. Mas até quando? De repente pode acontecer como no ano passado. O Scarpa se machucou, depois Douglas, depois Sornoza, depois Wellington Silva… Daqui a pouco eu estava formando o terceiro time no mesmo ano. Esse time está jogando o mesmo desde a Florida Cup. Eles vão aguentar até quando isso aí? Até abril serão 10 jogos. É difícil manter o ritmo, o padrão.
Entrada de Dudu no lugar de Pedro
Lembra quando botei o Dudu lá em Los Larios e ele fez o gol da vitória? E ele teve a bola para isso, mas teve azar. Pedro é um garoto (20 anos), aí você coloca o Dudu. Está trocando seis por meia dúzia. Jogar com Werley e Paulão na área é duro. O Pedro é muito técnico, de repente temos que ter também um jogador mais “brigão”. Hoje tive que optar entre Dudu e Pablo Dyego no banco, o Pablo é mais de agressividade.
CT do lado da Cidade de Deus, tiroteios
Nós, Fluminense Football Club, não pode reclamar nada da Cidade de Deus. Nós nos respeitamos, problema zero.
