Rui Car
21/08/2019 08h55

Advogado dos jogadores explica W.O. do Figueirense: “Falta de diálogo”

Felipe Rino destaca opção dos atletas de não entrarem em campo diante do Cuiabá

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W.O. do Figueirense diante do Cuiabá, na noite de terça-feira, pela Série B do Campeonato Brasileiro, poderia ter sido evitado se a diretoria-executiva do clube tivesse aceitado a proposta do elenco. A afirmação é do advogado dos jogadores, Felipe Rino, que lamentou a postura do departamento jurídico da Elephant, gestora do futebol alvinegro.

 

– Falta diálogo. O clube quer os atletas em campo, mas não quer dialogar ou assinar algum termo de compromisso que se a empresa não pagar até o dia 28 acontece a rescisão do contrato. Isso foi refutado pela diretoria-executiva – explicou Rino, em entrevista à CBN Diário.

 

Filipe Rino é o advogado dos jogadores — Foto: Arquivo PessoalFilipe Rino é o advogado dos jogadores — Foto: Arquivo Pessoal

Filipe Rino é o advogado dos jogadores — Foto: Arquivo Pessoal

 

 

O advogado ainda deixou claro que a decisão foi tomada pelos jogadores, em conjunto, negando que alguns mais experientes estejam à frente do movimento interno no vestiário.

 

– A decisão foi tomada de forma unânime. Não há líderes no grupo. O que eu penso é que a lei é clara e eles podem se recusar a jogar. Não é a primeira paralisação. Houve outra em julho. O que é importante é a reflexão: quem conseguiria trabalhar com três meses de atraso? Todos atletas são de fora, precisam pagar aluguel, contas, mas está tudo atrasado – completou.

 

Posição do clube

Minutos após o W.O. ser confirmado, a diretoria do Figueirense se pronunciou por meio de nota. Confira abaixo:

 

O Figueirense Futebol Clube comunica que a decisão de promover o W.O. na partida da Série B do Campeonato Brasileiro desta terça-feira, 20 de agosto, contra o Cuiabá, em Mato Grosso, é exclusiva dos jogadores profissionais relacionados para o confronto.

 

Vale ressaltar que a comissão técnica se apresentou normalmente para a disputa e o setor de logística do Alvinegro promoveu todos os procedimentos prévios para entrada em campo dos atletas.

 

 

Cuiabá x Figueirense: apenas o time mandante entrou em campo — Foto: Olímpio VasconcelosCuiabá x Figueirense: apenas o time mandante entrou em campo — Foto: Olímpio Vasconcelos

Cuiabá x Figueirense: apenas o time mandante entrou em campo — Foto: Olímpio Vasconcelos

Entenda a crise do Figueirense

O direito de imagem do elenco não é pago desde maio, enquanto o mês de julho, referente ao vencimento em carteira, também está pendente. Há, ainda, o não recolhimento de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Denis conseguiu a rescisão indireta com o Figueirense no início do mês por este motivo. Dias depois, o clube derrubou a liminar concedida ao goleiro.

 

 

Uma notificação extrajudicial, assinada por 31 jogadores, foi enviada ao presidente da Elephant (gestora do futebol do clube), Cláudio Honigman, no domingo. Nela, o elenco manifestou a intenção de não treinar ou jogar até que os acertos sejam realizados. O clube, por outro lado, trata a paralisação como “falta ao trabalho”.

 

Pelas redes sociais, os atletas se manifestaram. Na sexta, foi postada a imagem do escudo do Figueirense num fundo preto e a frase: “Paramos hoje, pela sobrevivência do amanhã”. No dia seguinte, a mensagem relatou pressão e ameaça da diretoria para a retomada dos treinamentos. Além disso, todos colocaram a frase “somos todos líderes”.

 

Em julho, o elenco ficou sem treinar por alguns dias pelo mesmo motivo. Na ocasião, o presidente prometeu quitar as pendências financeiras. A promessa evitou a possibilidade de W.O. diante do Vitória. Em seguida, a Elephant assinou um termo de compromisso com o Conselho Deliberativo do clube, garantindo que os atrasos iriam acabar. O aditivo no contrato não teve os termos divulgados.

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