Fernando Alonso não correrá o GP de Mônaco de Fórmula 1. Em vez disso, o espanhol disputará a 101ª edição das 500 milhas de Indianápolis, que será realizada no mesmo dia, em 28 de maio. Mas calma, o piloto não brigou com a McLaren nem rescindiu seu contrato. Pelo contrário, o espanhol tem total aval da equipe que, inclusive, estampará seu nome e cores no carro da Andretti, time da Indy que tem, como a equipe de Woking, a Honda como fornecedora de motores. Assim, exclusivamente para a prova lendária, a equipe se chamará McLaren-Honda-Andretti. O time britânico ainda não divulgou quem será o substituto do piloto espanhol, mas é provável que seja Jenson Button, que deu lugar a Stoffel Vandoorne em 2017 para a vaga de titular, mas que continua com seu contrato ativo e trabalhando como embaixador da marca.
– As 500 Milhas de Indianápolis é uma das provas mais famosas do automobilismo, que tem no mesmo patamar apenas as 24 Horas de Le Mans e o GP de Mônaco (que Alonso venceu em duas oportunidades, uma delas em 2007 com a McLaren). É óbvio que vai fazer falta não poder correr em Mônaco neste ano, mas será a única corrida que perderei. Estarei de volta para o GP do Canadá – explicou.
Alonso não esconde o desejo de vencer a Tríplice Coroa das pistas, formada pelas três provas mais importantes do automobilismo: GP de Mônaco, 500 Milhas e 24 Horas de Le Mans. O espanhol vai atrás do feito realizado por apenas um homem na história: Graham Hill. Apesar de faltar um longo caminho para igualar Hill, Alonso pode repetir o feito de outros dois ex-pilotos de F1, que foram campeões da categoria e também venceram as 500 Milhas: Jim Clark e Emerson Fittipaldi.
– Venci o GP de Mônaco duas vezes, mas uma das minhas ambições é ganhar a Tríplice Coroa , algo que só foi alcançado por um piloto na história: Graham Hill. Será um desafio e tanto, mas estou pronto para isso. Não sei quando correrei em Le Mans, mas é minha intenção. Tenho apenas 35 e ainda há bastante tempo para isso.
Ainda que o piloto não esteja familiarizado com a categoria, os carros e as pistas, o asturiano terá, graças ao extenso calendário de treinos da etapa, bastante tempo para se preparar. O espanhol terá uma semana inteira de treinos, antes do fim de semana de classificação (entre 20 e 21 de maio), com seis horas por dia para conhecer as características do carro e pista. Na semana seguinte ao treino classificatório, antes da corrida em 28 de maio, os pilotos ainda tem mais dois dias de treinos disponíveis.
– Nunca pilotei um carro da Indy antes. Sequer pilotei em um circuito oval na vida, mas tenho certeza de que me vou me adaptar com rapidez. Eu assisto a categoria pela TV e é notório a precisão necessária para se correr tão perto um do outro a mais de 350km/h. Já percebi que será uma linha íngreme de aprendizado, mas eu sairei de Barcelona, logo depois do GP da Espanha, e terei 13 dias de aprendizado.
Apesar da novidade, esta não é a primeira vez que a McLaren colocará um carro no oval de Indianápolis. A parceria com Andretti marca o retorno da equipe britânica nas 500 Milhas depois de 38 anos. O time de Woking venceu a prova com um carro próprio em 1974 e 1976. Agora, com um diretor executivo americano, Zak Brown, o time volta ao circuito oval mais importante da história do automobilismo e vestido de laranja papai, a cor que o fundado Bruce McLaren deu aos carros da escuderia na sua criação.
– Como uma americano que se apaixonou pela F1 muito novo, sempre vi as 500 Milhas como uma prova fantástica. Por este motivo, estou particularmente contente de trazer a McLaren de volta para Indianápolis no meu primeiro ano como diretor executivo. Michael Andretti é um amigo de longa data, e uma pessoa que admiro imensamente. A Andretti é uma equipe vencedora e uma das melhores na categoria, tendo vencido as 500 Milhas ano passado. Da mesma maneira, esse projeto não teria saído do papel sem a ajuda da Honda. Nosso carro será pintado com o tradicional laranja papaia, criado pelo nosso famoso fundador, Bruce McLaren e que teve Johnny Rutherford vencendo a prova em 1974 e 1976.