Rui Car
02/02/2017 17h40 - Atualizado em 02/02/2017 13h52

Análise: decisiva pelos lados e segura na defesa, nova Chape já tem um perfil

Vitórias contra Inter de Lages e Tubarão foram conquistadas com gols em jogadas em profundidade

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Globo Esporte

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Quatro jogos. O período ainda é muito curto para avaliações mais profundas, mas é inegável que a nova Chapecoense já tem uma cara. Ainda longe de ser um time que encante – natural para quem tem pouco menos de um mês de trabalho -, tem se mostrado implacável pelos lados do campo e consistente defensivamente. O jogo vertical e objetivo aponta para uma equipe que joga simples e consegue ser competitiva neste início de Campeonato Catarinense.  

 

As vitórias sobre Inter de Lages e Tubarão foram conquistadas da mesma forma: profundidade nas laterais. Depois de empates com Palmeiras e Joinville, os primeiros três pontos saíram em partida onde o lado direito mostrou forças com Rossi e João Pedro. Cada um deu uma assistência no 2 a 1, e as tabelas com ultrapassagem foram responsáveis ainda por uma série de boas oportunidades. Diante do Tubarão, a estratégia mudou de lado. Coube a Niltinho e Reinaldo abrirem uma defesa já em alerta para os destaques da Chape.

 

Lado direito fez a diferença contra o Inter de Lages, com assistências de Rossi e João Pedro. Já no duelo com o Tubarão, melhores lances saíram dos pés da dupla Reinaldo-Niltinho, no lado esquerdo do ataque
 

Deu certo. Sem a mesma presença ofensiva do duelo de domingo, foi pelo lado esquerdo que o time de Mancini criou as poucas oportunidades de gol da partida. Primeiro, Reinaldo chutou forte para rebote do goleiro desperdiçado por Wellington Paulista. Um minuto depois, o lateral descolou cruzamento perfeito e o camisa 9 fez o gol solitário do placar. O Tubarão se mandou para o ataque. Aí, apareceu outro ponto forte deste início de ano: a consistência defensiva.  

 

Em linha na frente da área, Amaral e Girotto ocupam bem os espaços naquele setor do campo e dificultam penetrações dos adversários. As jogadas pelas pontas surgem como opção, até mesmo pelos avanços dos laterais da Chape, mas Grolli e Fabrício Bruno cumprem bem seu papel quando exigidos. O jovem vindo do Cruzeiro, por sinal, foi perfeito nas jogadas aéreas no duelo de quarta. Por mais que esboçassem uma pressão, Inter de Lages e Tubarão colocaram Artur Moraes para trabalhar pouco.

 

A carência de sintonia fina, entretanto, expõe algumas indefinições no time. No gol, o próprio Mancini já revelou um rodízio neste início do ano até que o titular seja definido. Escolher entre Artur e Elias, por sua vez, é o menor dos problemas do treinador, que busca opções para mudar o estilo da equipe quando necessário. Seja por conta da velocidade de seus pontas ou pelo perfil de condução de seus meias, a Chape é um time muito vertical. Falta quem cadencie o ritmo.  

 

Nos últimos três jogos, Mancini apostou em Nadson para cumprir essa missão no segundo tempo. O meia vindo do Paraná já foi testado como segundo e terceiro homem de meio-campo e deixou boa impressão. Principalmente contra o Joinville, ele fez a Chape ter mais a bola em seu pé e assumir o controle das ações. Nos jogos seguintes, entrou para fazer o time respirar com a vantagem no placar.
 
 

Sábado, às 19h30 (de Brasília), a Chapecoense volta à Arena Condá para enfrentar o Almirante Barroso, pela terceira rodada do Catarinense. Como o próprio Mancini já admitiu, ainda trata-se de um time que oscila muito. O retrato falado, porém, já começa a ser desenhado com traços de velocidade pelos lados e consistência defensiva.

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