Rui Car
30/05/2019 15h10 - Atualizado em 30/05/2019 11h19

Análise: destempero de Reinaldo e Raí fora da realidade marcam nova eliminação do São Paulo

Lateral-esquerdo chegou a esquecer do jogo para tentar intimar jogador do Bahia; discurso do dirigente não condiz com a temperatura do momento do Tricolor

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Quando um jogador desarma o adversário e opta por bater-boca em vez de dar sequência à jogada é sinal de que algo está errado. Mas quando o diretor de futebol, após nova eliminação precoce na temporada, diz depois do jogo estar confiante é a confirmação de que algo realmente está errado.

 

Esse é a situação do São Paulo.

 

Por duas vezes, na eliminação para o Bahia, na última quarta-feira, em Salvador, Reinaldo mostrou destempero ao esbravejar contra Artur. Na primeira, o lateral desarmou o adversário e antes de seguir o lance se virou para gritar com o atacante. Depois, repetiu o gesto e esqueceu do jogo.

 

– O Reinaldo já tem um tempo que ele está mais preocupado em dar uma intimada no adversário do que jogar bola. Isso faz com que o rendimento dele caia muito. A torcida já perdeu a paciência com ele. Está na hora de voltar a ser ofensivo, ser decisivo… – opinou o comentarista Caio Ribeiro.

 

A eliminação para o Bahia, na primeira fase que o São Paulo disputou na Copa do Brasil de 2019 – os times que jogaram a Libertadores entraram nas oitavas de final – aumenta a lista de fracassos do Tricolor na temporada. O time já havia caído no primeiro mata-mata do torneio continental.

 

Mesmo assim, Raí, diretor executivo de futebol do São Paulo, tentou passar otimismo na entrevista que deu após o tropeço na Fonte Nova, lembrando que o time está há quatro jogos sem fazer gols e vinha de derrota no clássico com o Corinthians, fora de casa.

 

– Não muda nada. Vamos continuar confiantes. Claro que estamos tristes. Logo que cheguei ao estádio perguntaram se a eliminação mudaria algo. Nada. Estávamos em duas competições: uma eliminatória e outra de continuidade. Vamos continuar acreditando nisso – disse o dirigente.

 

Não é da personalidade de Raí ser enérgico. Em nenhuma das inúmeras crises vividas pelo Tricolor desde que ele assumiu o comando do futebol, em dezembro de 2017, houve declarações fortes. Só que dessa vez, o diretor pareceu um pouco fora da realidade. A crise é grave no Tricolor.

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