Um dos novos árbitros que chegam forte ao cenário internacional do basquete é Alan Tiago dos Santos, 30 anos. Catarinense natural de Salete, ele começou no basquete como atleta – integrou algumas equipes do estado, e além dos campeonatos 5×5, já disputou mundiais de 3×3.
Alan começou a apitar por hobby, em 2011, e conciliou as duas carreiras por alguns anos, priorizando a de atleta. Em 2016, ingressou no curso de iniciação à arbitragem, que na época foi realizado em Joinville.
No ano seguinte, continuou atuando como atleta. E concentrado nesta carreira, cometeu um deslize: perdeu o primeiro jogo que foi convocado para apitar. A advertência de 30 dias e o puxão de orelha o deixaram mais atento, e no mês seguinte Alan apitou uma partida oficial pela primeira vez.
Em 2017, subiu para regional. No ano seguinte, Alan quebrou o pé durante um campeonato, um mês antes de realizar a prova para a categoria de árbitro nacional. Se recuperou a tempo, e em agosto de 2018, chegou à categoria.
A carreira continuou a decolar, e em setembro, Alan foi elevado à categoria internacional. Assim, o talentoso Alan pulou etapas: integrou a equipe de arbitragem da Liga Nacional, sem ter passagens pelos campeonatos brasileiros.
Os saltos na carreira deram uma pausa temporária durante a pandemia de Covid-19, visto a necessidade de isolamento social. Agora de volta às quadras, o catarinense ainda não se deu conta do nível em que chegou.
“Ainda não caiu a ficha. Foi tão rápido que não chegou a cair. Ainda estou deslumbrado com tudo que acontece na minha vida. É tudo tão rápido nos planos de Deus”, comenta.
No caminho, esbarrou em desafios, como as barreiras linguísticas quando apitou em um campeonato mundial sub-14, nos Estados Unidos.
“Lá eu tive a minha maior frustração. Meu inglês era bem ruim, e eu mal tinha começado a estudar. Eu não conseguia falar, não conseguia me comunicar com o pessoal. Me arrependo de não ter começado a estudar antes”, analisa o profissional.
E, assim como todos, Alan também já cometeu erros, com os quais aprendeu. Dentro de quadra, além de dominar todas as regras do basquete, é preciso dominar as próprias emoções, e conduzir os que estão ao seu redor. Desafio que não é fácil, em um ambiente tão emotivo quanto uma quadra de basquete.
Alan é, ao mesmo tempo, destaque e promessa da arbitragem catarinense. A subida acelerada na carreira o encanta, mas também o desafia: agora, tem que bancar o título, honrar o nome que está construindo e continuar a evoluir.
Nas metas para o futuro, tem desejos, mas também objetivos bem definidos. Seu desejo é simples: ter jogos, muitos jogos, sempre. A meta também é conciliar a carreira com a família, e poder passar tempo com as mulheres de sua vida: esposa e filha.
Para a carreira, almeja, assim como todos os árbitros internacionais, chegar às Olimpíadas e Copas do Mundo. Mas, no fundo do coração, tem um objetivo ainda maior:
“Não tem nenhum árbitro brasileiro, ou sul americano, apitando a NBA. Eu pretendo chegar a esse nível. Não sei se conseguirei, mas é uma meta. Um sonho que eu tenho pra mim, e que eu vou fazer de tudo para conquistar“, finaliza.
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Fonte: Federação Catarinense de Basketball / Via: Globo Esporte SC