Rui Car
01/04/2019 08h57

Arrascaeta e César mantêm os pés no chão depois de porem as mãos na taça

Agora, o Flamengo volta suas atenções agora para a partida contra o Peñarol

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Apesar do regulamento confuso, a decisão da Taça Rio foi salva pelo futebol. Não que a final entre Vasco e Flamengo tenha sido bem jogada. Mas a partida ofereceu tensão, reviravolta nos minutos finais, decisão nos pênaltis e uma longa escrita mantida — o Flamengo não perde para o Vasco em finais de turno e de Estadual há 31 anos. Os quase 40 mil presentes viram o rubro-negro levar a melhor nos pênaltis (3 a 1, após empate em 1 a 1 no tempo regulamentar) e ficar com o título da Taça Rio.

 

Agora, o cenário põe um novo Fla-Flu diante da equipe. Mas os reservas do Flamengo, e principalmente seu herói uruguaio, já anunciam que estão prontos.

 

— Nós pensamos no nosso time. O Flamengo é muito grande para pensar em outras equipes. Então temos que pensar em ganhar — disse Arrascaeta.

 

Aquele que virou herói do jogo assumiu o papel de protagonismo só nos minutos finais. Embora mereça os aplausos, Arrascaeta passou a maior parte do jogo no ostracismo. A contratação mais cara do Flamengo viu outro investimento alto do time (Vitinho) chamar mais a responsabilidade, principalmente no primeiro tempo. Se não fosse o goleiro Fernando Miguel, o atacante de 10 milhões de euros teria balançado as redes.

 

Mas o desenrolar do jogo foi ruim para o Flamengo, sobretudo por causa da falha defensiva na cobrança de escanteio, permitindo que Tiago Reis colocasse o Vasco em vantagem. Quando tudo parecia perdido, a luz de Arrascaeta brilhou.

 

Ao aproveitar cruzamento de Bill e acertar uma cabeçada certeira aos 48 do segundo tempo, o uruguaio simbolizou a perseverança do Fla. Mas não sai como o único personagem da conquista. Nos pênaltis, César também se consagrou.

 

O goleiro, que terminou 2018 como titular e foi preterido por Diego Alves com a chegada de Abel Braga, defendeu a cobrança de Tiago Reis, que marcara o gol vascaíno no tempo normal — Rossi e Werley também desperdiçaram, assim como o rubro-negro Rodinei, parado por Fernando Miguel.

 

César evitou o rótulo de herói, mas saiu de campo entre os mais exaltados pela torcida.

 

— Não fui eu o herói do jogo. Herói foi o time inteiro. Todo mundo lutou até o fim — disse César, que comemorou no gramado segurando a filhinha Sarah.

 

Em contato com Abel

Entre os personagens, um dos mais importantes nem sequer estava no estádio, mas teve participação fundamental. Substituto de Abel Braga na área técnica, o auxiliar Leomir admitiu que manteve contato com o treinador o tempo todo. Foi Abel quem escalou o time, já que estava impedido de trabalhar. Em casa, o técnico ainda se recupera da cirurgia que corrigiu uma arritmia no coração.

 

— Já falei com o Abel. Está feliz como todos nós — disse Leomir. — Na quarta estará de volta na Libertadores. Não é fácil substituir o Abel. Ele é meu amigo, meu irmão, meu parceiro e , graças a Deus, está recuperado. Tentei ajudar e motivar os jogadores para um jogo muito difícil. Conseguimos nosso objetivo — disse.

 

Leomir admitiu que até a decisão de colocar Bill na final foi tratada com o chefe.

 

— Não fiz sozinho. Conversamos sobre as possibilidades na sexta e no sábado.

 

Na hora de erguer a taça, os jogadores exibiram uma camisa com o número 01 e o nome de Abel. Pouco tempo depois do jogo, o técnico já havia recebido sua medalha de campeão da Taça Rio. A expectativa é que hoje mesmo ele possa conduzir os trabalhos no Ninho.

 

Agora, o Flamengo volta suas atenções agora para a partida contra o Peñarol, no Maracanã, quarta, pela Libertadores. O time voltará a usar força máxima.

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