Rui Car
12/11/2018 07h51

Boca Juniors e River Plate empatam no primeiro jogo da final da Libertadores

Quem viu, viu. Quem não viu... poderá ver de novo em duas semanas

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Se a volta está marcada para sábado, dia 24, o fato é que não tem mais ida. O empate em 2 a 2 entre Boca e River no primeiro jogo da decisão da Libertadores foi a última partida de ida de uma final do torneio. É que, a partir do ano que vem, a final do torneio será sempre em jogo único, com sede pré definida independente dos clubes que chegarem. Se nada mudar no futuro, jogos como o deste domingo na Bombonera, entraram em extinção ao apito final.

 

A ideia é dar ares mais modernos ao torneio, junto com a tentativa de crescer em audiência e lucro. As modificações, com clara inspiração na europeia Liga dos Campeões, por vezes deixam escapar claras sobras culturais que não conseguem ser varridas pra debaixo do tapete.

 

Exemplo é a entrada dos times em campo, que o protocolo de agora exige que seja ao mesmo tempo, no centro do gramado. Mas o vestiário visitante na Bombonera não tem conexão com o do Boca e, propositalmente, fica embaixo do setor mais popular, onde fica a torcida mais vibrante, criando um clima de pressão antes mesmo da tradicional vaia na entrada do time de fora. Para cumprir as exigências contemporâneas, os jogadores do River tiveram que entrar em campo “escondidos”, passando atrás da linha de fundo para se juntar ao Boca em outro túnel. E, claro, ecoou a última vaia para receber um visitante em partida de ida da final da Libertadores.

 

Atrás dos gols, a propaganda da Conmebol, chamava o futuro: “Até o ano que vem na final única – Santiago”, o que parecia uma discrepância com tanto para se viver no presente em dois jogos entre times que nasceram no mesmo bairro.

 

E para os que dizem que os jogos de ida em finais são chatos e nervosos, com muito medo de perder, o primeiro tempo foi um recado contrário. Uma boa partida com dois tipos de time bons de se ver: o River, muito mais organizado e dominante, parado pela boa atuação do goleiro Rossi; e o Boca, que apesar de nervoso, sabia levar perigo em estilo trombador, aproveitando-se até a última gota do fator casa.

 

O espaço de dois minutos entre o gol de Ábila, para o Boca (aos 33), e o empate de Pratto (aos 35), para o River, foi ideal para se perceber todas as emoções de uma torcida local. De loucura e euforia para decepção e lamento em menos de 150 segundos, como se fosse uma lição de que o futebol costuma ser sobre isso.

 

O jogo melhorou ainda mais depois dos gols e, aos 45, em lance de bola parada, Villa cruzou na cabeça de Benedetto, que desempatou. O gol do atacante foi a senha para a festa da torcida do Boca no intervalo. Uma conhecida sensação das decisões de ida e volta: a extrema alegria em terminar vencendo o primeiro tempo, mas com a cabeça no lugar porque ainda há não só um, mas três tempos a disputar, contando com os dois do jogo decisivo.

 

Boca após empate

O clichê, ou a precisão de que tem que se jogar pensando em 180 minutos, se mostrou de novo certo no começo da fraca segunda etapa, com um gol contra de Izquierdoz, também em lance de bola parada que termina em cabeçada e rede. Tudo que a arquibancada azul e amarela vivia em sorte, parecia vir em revés alguns momentos depois.

 

Os últimos minutos do último jogo de ida de uma decisão da Libertadores foram de arquibancada nervosa e quieta, com leve domínio do Boca no gramado, sem, no entanto levar empolgação ou muito perigo.

 

Nervosismo, rivalidade, emoção, e gols entre idas e vindas de uma história, por enquanto, contada só pela metade. O começo da super final teve tudo isso. Quem viu, viu. Quem não viu… poderá ver de novo em duas semanas. Tem que aproveitar.

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