Clube de maior dívida do país, mais de R$ 730 milhões, até o ano passado, o Botafogo ainda convive com passivos de gestões bem antigas. Uma das explicações para tamanho rombo financeiro, as desastradas escolhas de presidentes passados ainda batem na porta do alvinegro. E fazem barulho. Como uma conta que o clube vem pagando desde novembro: prestações de um apartamento comprado pelo clube para o ex-jogador Beto, o meia, também conhecido como Beto Cachaça e campeão brasileiro com o clube em 1995. O custo da dívida passa de R$ 1,5 milhão.
Desde que foi condenado, o clube já pagou cerca de R$ 600 mil. A ação foi movida pela empresa que era dona da propriedade, Martinelli Construtora, que lutava para receber o pagamento desde 2002. Por decisão da Justiça, o alvinegro chegou a ter renda de jogos penhoradas, além de receitas de televisão, junto à Ferj. De acordo com o processo, que corre na 45ª Vara Cível, o apartamento foi comprado em 1995, quando o presidente do clube era Carlos Augusto Montenegro.
Segundo o jogador, a propriedade foi recebida em troca de salários atrasados.
“Eles me deviam salário e, no acordo, eles me pagaram com o apartamento”, explicou Beto ao Blog.
O imóvel, uma cobertura no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, foi negociado à época por cerca de R$ 676 mil. O negócio se deu entre o Botafogo e a construtora, mas o clube nunca teria pago uma parcela sequer. A conta uma hora chega, sempre chega.
Gabriela Moreira/Bola na Área