Rui Car
30/05/2019 14h10 - Atualizado em 30/05/2019 11h06

Busca por Jesus, fritura silenciosa e pedido que soou mal: bastidores da saída de Abel do Flamengo

Pressão por titulares contra o Fortaleza, conversas com português e apelo por permanência até apenas decisão com o Corinthians são estopim para treinador se demitir do Rubro-Negro

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Os bastidores do pedido de demissão feito por Abel Braga começaram a se desenhar antes desta quarta-feira, quando o técnico foi ao Ninho do Urubu se despedir dos jogadores.

 

Mais do que os gritos das redes sociais e das arquibancadas, a falta de respaldo da diretoria, um processo de fritura interna e o nome de Jorge Jesus no radar culminaram no pedido de saída feito pelo treinador.

 

Mas, independentemente dos incômodos de Abel, a direção rubro-negra já desaprovava o trabalho, apesar de destacar os resultados.

 

O destino estava selado. O técnico, que até a tarde de segunda-feira não cogitava pedir o boné, decidiu se antecipar depois do estopim na terça-feira.

 

Enquanto confraternizava com funcionários do departamento de futebol e elenco a conquista do título carioca em churrasco organizado e já previsto pelo próprio Flamengo no CT, Abel foi surpreendido pela notícia de que a diretoria “aconselharia a escalação do time titular contra o Fortaleza”. Foi a gota final de um copo que transbordou com as notícias que vinham de Portugal.

 

O estopim

 

O estopim da relação que já não vinha bem com alguns dirigentes foi a cobrança após Abel dizer que era “óbvia” a escalação de reservas contra o Fortaleza no jogo de sábado, no Nilton Santos. A declaração causou reação imediata nos dirigentes, que, incomodados com a batida de martelo sem consulta, aconselharam o treinador a utilizar força máxima.

 

Abel ficou contrariado, mas tendia a mesclar titulares e reservas. Renê, por exemplo, será poupado, uma vez que Trauco estará à disposição da seleção peruana. O conflito, por sua vez, era evidente e foi determinante para que o treinador pedisse o boné.

 

A ligação e a decisão

 

Na noite de terça-feira, Abel deixou clara sua insatisfação e já projetou a saída em ligação telefônica para Luiz Eduardo Baptista, o BAP, vice-presidente de relações exteriores, mas que tem extrema influência no futebol, e com o presidente Rodolfo Landim. Sempre foi BAP o principal defensor do treinador na diretoria e o primeiro a levantar seu nome quando Renato Gaúcho era quase unanimidade.

 

O treinador colocou todo seu incômodo para fora. Ali, a decisão de sair já estava tomada. Ainda mais com a notícia de que integrantes da diretoria foram contrários a escolha de Abel em escalar reservas na partida de sábado, contra o Fortaleza, no Nilton Santos.

 

 

 
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