Rui Car
01/11/2017 14h10 - Atualizado em 01/11/2017 10h05

Cão de guarda: Kannemann anula matadores e conquista a torcida do Grêmio

Enquanto Pedro Geromel é o responsável pela sobra na zaga tricolor, argentino se destaca no combate corpo a corpo com adversários grandalhões

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No túnel de acesso ao campo do Monumental de Barcelona, Walter Kannemann bate na cabeça, no peito e nos braços. Faz caretas e tenta “soltar” os músculos, como se estivesse prestes a entrar em um octógono de MMA. Mas trata-se apenas de um ritual do zagueiro do Grêmio enquanto aguarda o início do primeiro jogo da semifinal da Libertadores, diante do Barcelona-EQU.

 

Prestes a renovar contrato e apelidado pelos torcedores de “Cãonnemann”, o argentino é o responsável pelo “trabalho sujo” na defesa tricolor para inviabilizar os centroavantes adversários. Nesta quarta-feira, no duelo de volta contra o time equatoriano, completa 50 jogos na temporada, em um dos melhores momentos da carreira e com prestígio junto aos torcedores.

 

Roger, Henrique Dourado, Lucas Pratto, Jô, Guerrero e, por fim, Ariel Nahuelpán. Todos pararam no argentino. Ao passo que Pedro Geromel se destaca pelos botes e desarmes certeiros, Kannemann fica a cargo desses homens de área, de porte físico avantajado e capacidade goleadora. O “cão de guarda” parece gostar dos lances ríspidos. Não desgruda dos atacantes e trata de afastar o perigo logo que a bola se aproxima, por baixo ou por cima.

 

– Cada jogador tem seus pontos fortes e fracos. Se é muito forte, às vezes não é tão rápido. Tentamos dificultar o trabalho. É preciso jogar muito com a cabeça. Não dá para perder a concentração e a tranquilidade – comentou Kannemann em entrevista recente.

 

Uma foto em que parece voar diante do corintiano Jô viralizou nas redes sociais após o empate em 0 a 0 no último dia 18, pelo Brasileirão. No embate com o Botafogo, nas quartas de final da Libertadores, protagonizou um tango às avessas com o zagueiro Carli, no Rio de Janeiro. Outro exemplo da vontade acima das consequências são os dentes quebrados do companheiro Ramiro, em choque involuntário na goleada por 5 a 0 sobre o Sport, pelo campeonato nacional.

 

A “loucura” dentro de campo e a extroversão fora dele geraram a comparação de Kannemann com Rivarola, zagueiro campeão da Libertadores em 1995, mais um fator para os gremistas supersticiosos acreditarem no tri da América. Ele prefere dizer que é uma pessoa “simples”, nada mais. Com essa aparente tranquilidade, tem inclusive aparecido em melhor forma do que o parceiro de zaga Pedro Geromel nos últimos compromissos pelo Tricolor.

 

 
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