Rui Car
09/05/2017 09h30 - Atualizado em 09/05/2017 08h14

Com bombas no Brinco, Richarlyson se apresenta e diz: “Vão me aplaudir depois”

Jogador rechaça protestos

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Anunciado como reforço do Guarani para a Série B do Brasileiro e apresentado algumas horas depois. Assim foi a chegada de Richarlyson ao Brinco de Ouro, na tarde desta segunda-feira. O jogador assinou contrato até o final da temporada, se mostrou feliz pela oportunidade de voltar ao futebol depois de ficar parado no primeiro semestre de 2017, porém, encontrou resistência de parte da torcida. Pouco antes da apresentação, o estádio bugrino foi alvo de pelo menos cinco bombas atiradas por dois homens em uma moto. Apesar das explosões, ninguém ficou ferido.

 

 

Ciente da rejeição que irá encontrar em sua passagem por Campinas, Richarlyson disse que vai responder a essa situação em campo e prevê que os críticos que não o queriam no Guarani irão aplaudir, depois, com as atuações ao longo da Série B do Brasileiro. Além de torcerdores, parte da atual diretoria bugrina era contra a contratação do volante. A vinda dele foi um pedido do técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, e do ex-presidente Horley Senna, que continua como colaborador do Bugre. O jogador ainda rebateu quem disse que ele estava chateado com toda essa situação.

 

– Nem Jesus Cristo agradou a todos. Estou aqui pela minha história no futebol e esse cara aqui do meu lado (Vadão) confia em mim. Isso é um ponto positivo. Sobre as pessoas que me rejeitam depois vão me aplaudir. Isso é o mais importante. Ouvi coisas que eu não viria por estar chateado, mas eu não dei declaração alguma. Pediram sigilo na negociação e ninguém sabia disso. Existiram inverdades tentando manchar algo que não se mancha. Saiu em um jornal que eu não viria, mas estou aqui. Qual a credibilidade desse cara agora? – desabafou o jogador.

 

 

Vadão colocou a chegada de Richarlyson como “contratação de peso grande”. O treinador agradeceu o esforço da diretoria, em especial a Horley Senna, por atender o pedido dele para o acerto com o volante. O experiente treinador, aliás, disse assumir a responsabilidade para ter o atleta na Série B, e destacou que ele ser mais um líder no grupo, assim como Fumagalli.

 

– É uma contratação de peso grande. Foi um pedido que fiz após ouvir do Richarlyson a vontade de ajudar o Guarani. Eu falei para o Horley, que nos atendeu. Assumo a responsabilidade, pois eu insisti. Tenho apenas que agradecer. Temos um jogador que foi campeão de tudo e que em outra situação jamais conseguiríamos trazer. Ele vai ter o papel de liderança e não irá ajudar apenas no campo com a bola rolando. Vai opinar quando eu solicitar – disse o treinador do Bugre.

 

Richarlyson chegou ao Brinco a bordo do carro de Horley Senna (Foto: Divulgação)Richarlyson chegou ao Brinco a bordo do carro de Horley Senna (Foto: Divulgação)

Richarlyson chegou ao Brinco a bordo do carro de Horley Senna (Foto: Divulgação)

 

Richarlyson, que não atuou no primeiro semestre da temporada e tem como último clube o FC Goa, da Índia, quando foi treinado por Zico, disse que chegou com uma missão definida: levar o Bugre à elite do futebol nacional. O volante destacou que não vai faltar empenho para mostrar que, mesmo aos 34 anos, ainda pode ajudar no que o técnico Vadão desejar ao longo do ano.

 

– Quero vestir a camisa e ajudar o Guarani na Série B, conquistar o que é de direito: voltar à Série A. Não é fácil, mas temos pessoas competentes para isso. Estou feliz, contente de estar aqui no único clube do interior a ser campeão brasileiro. Uma camisa que tem peso, história. Agora é trabalhar. Fazer meu trabalho em campo e obedecer o que o Vadão tem a passar. Sempre com a mesma luta, determinação e espírito guerreiro, mais experiente e pronto para o desafio.

 

O Guarani estreia na Série B na sexta-feira, às 20h30, contra o Brasil de Pelotas, no Brinco de Ouro. Richarlyson, por conta da inatividade no primeiro semestre, tem a presença descartada para esse confronto, que não será com os portões fechados. Isso ocorre devido os incidentes causados pela torcida bugrina na final da Série C do ano passado, diante do Boa Esporte, em Varginha.

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