Rui Car
16/11/2017 12h30 - Atualizado em 16/11/2017 08h22

Com currículo: veja quais pré-requisitos o novo técnico do Inter terá de preencher

Abel e Roger são os nomes mais cotados para assumir o cargo

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O Inter deixou a Arena Barueri envolto em um sentimento de alívio e dever cumprido ao enfim garantir o retorno à elite nacional com o 0 a 0 diante do Oeste, na última terça-feira. Mas essa sensação já faz parte do passado, mesmo que ainda recente, e dá lugar a uma nova missão a ser solucionada pela diretoria o mais breve possível: a definição do técnico para conduzir a equipe na Série A de 2018.

 

Com alguns nomes em mira – Abel Braga e Roger Machado, em especial – os dirigentes trabalham com uma série de pré-requisitos ideais que norteiam as tratativas. O perfil buscado para preencher a vaga aberta desde a demissão de Guto Ferreira é de um treinador experiente, com histórico vitorioso e alinhado às novas tendências do futebol.

 

Em resumo, um currículo que poucos treinadores – ao menos os que estão disponíveis no mercado – possuem, reconhece a própria diretoria colorada. Confira abaixo alguns atributos – obrigatórios e diferenciais – do profissional ideal almejado pelo Inter para ocupar cargo.

 

Inter segue busca por técnico para 2018 após garantir acesso (Foto: Eduardo Deconto)Inter segue busca por técnico para 2018 após garantir acesso (Foto: Eduardo Deconto)

Inter segue busca por técnico para 2018 após garantir acesso (Foto: Eduardo Deconto)

 

Obrigatórios

  • Gestão de vestiário

O perfil de um treinador com uma trajetória mais consolidada e até tarimbado para fechar o vestiário em torno de seu comando surge como um pré-requisito obrigatório para o cargoA ideia é se distanciar das apostas como nos casos de Antônio Carlos Zago e Guto Ferreira, dois técnicos em fase emergente. A diretoria mira um treinador mais “cascudo” para gerir o grupo de jogadores e blindar o ambiente interno do clube de qualquer instabilidade.

 

  • Experiência em grandes na Série A

Distante do perfil emergente que não deu certo em 2017, os dirigentes trabalham com alvos que já têm experiência no comando em um dos grandes clubes do país na Série A. Neste aspecto, o pensamento até é semelhante ao que pesou na decisão pela contratação de Guto, que chegou ao clube com dois acessos na Série B no currículo.

 
  • Metodologia moderna

O comando de vestiário é essencial. Mas a diretoria de futebol do Inter também almeja um treinador atualizado em suas metodologias de trabalho e ideias de jogo para fomentar a cultura tática do clube. A possibilidade de fechar a contratação do treinador ainda neste ano facilitaria a montagem do elenco com peças de acordo com as pretensões do técnico.

 

Diferenciais

  • Títulos conquistados

O planejamento da diretoria colorada para a temporada em que retorna ao seu devido lugar prevê humildade para reconhecer e, principalmente, não repetir os erros que selaram a derrocada do Mundial ao rebaixamento em 10 anos. Mas a volta à elite também é cercada de ambição, para formar um time competitivo que possa figurar na briga por títulos em 2018. Há a intenção de buscar um técnico que tenha um currículo vitorioso, até para transmitir um pouco da bagagem aos atletas mais novos.

 

  • Especialização ou vivência no exterior

O aspecto foi levantado por Roberto Melo na entrevista coletiva após o acesso e não chega a ser um pré-requisito. Mas o nome de um técnico que tenha experiência no exterior, seja no comando de uma equipe ou para estudo, também é visto como elemento positivo pelos dirigentes.

 

Rede de proteção ao novo treinador

Entre tantos pré-requisitos, justificáveis pelo tamanho do encargo de comandar o Inter em seu retorno à elite, a diretoria tem bem nítido que a missão para encontrar um técnico que agrupe todas essas qualidades é árdua. Há uma ideia de que apenas dois nomes de treinadores brasileiros reúnem a tríade experiência, currículo vitorioso e metodologia atualizada. E ambos estão empregados: Tite na Seleção e Mano Menezes no Cruzeiro.

 

Inter aposta em comissão técnica permanente para dar suporte ao treinador (Foto: Ricardo Duarte / Inter, DVG)Inter aposta em comissão técnica permanente para dar suporte ao treinador (Foto: Ricardo Duarte / Inter, DVG)

Inter aposta em comissão técnica permanente para dar suporte ao treinador (Foto: Ricardo Duarte / Inter, DVG)

 

Assim, os dirigentes tentam equacionar uma solução que atenda ao menos boa parte dos critérios. E até pode abrir mão de uma ou outra característica que pode ser suprida com alternativas dentro do próprio clube. A comissão técnica permanente com os auxiliares Odair Hellmann e Maurício Dulac, além do preparador de goleiros Daniel Pavan, trabalha com ideias e metodologias modernas que podem ser aliadas a um técnico de perfil mais “cascudo” para gerir o vestiário, por exemplo.

 

– O ideal seria alguém experiente, vitorioso, atualizado, com metodologias modernas, tendo ido para fora e também no Brasil. Mas, se você olhar quem tem essas caracteríscas, cabe em uma mão. E todos estão empregados. Talvez não consigamos todas as qualidades. Precisamos montar uma estrutura para dar o suporte e uma comissão mais próxima do ideal – afirmou o vice de futebol Roberto Melo em entrevista coletiva ainda na Arena Barueri.

 

Abel e Roger despontam como favoritos

 

Direção já traçou perfil para o próximo treinador  (Foto: Infoesporte)Direção já traçou perfil para o próximo treinador  (Foto: Infoesporte)

Direção já traçou perfil para o próximo treinador (Foto: Infoesporte)

Até o momento, dois nomes despontam como favoritos para assumir o cargo. Velho conhecido e com uma relação muito próxima com o presidente Marcelo Medeiros e Roberto Melo, Abel Braga possui bagagem e estofo de sobra para controlar e blindar o vestiário, até pela trajetória para lá de vitoriosa no clube. Roger Machado, por sua vez, agrada pela metodologia de trabalho apresentada no Atlético-MG e no Grêmio. Mas há algumas dúvidas sobre sua gestão de grupo.

 

– Temos alguns nomes, mas não conversamos com ninguém. Amanhã conversarei com o presidente, o Conselho de gestão para definir as prioridades – disse Melo.

 

Com o acesso assegurado e o futuro indefinido, o Inter se reapresenta na manhã desta quinta-feira para trabalhos no CT do Parque Gigante. O Colorado é vice-líder da Série B com 65 pontos – quatro a menos que o líder América-MG. A equipe volta a campo no próximo sábado, às 17h, para encarar o Goiás, no Serra Dourada, pela 37ª rodada da competição.

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