Rui Car
11/02/2019 08h46

Com poucas convicções, Corinthians chega para primeira decisão de 2019 “em construção”

Empate em Londrina e derrota em Novo Horizonte deixam dúvidas no Corinthians ideal

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O torcedor precisa sempre lembrar: ainda é um início de trabalho para o Corinthians. Foram dez reforços adicionados ao elenco, que ainda receberá os zagueiros Lucão e Bruno Méndez.

 

Até aqui, sete jogos oficiais em 21 dias, uma média de uma partida a cada três dias. Três derrotas, dois empates e duas vitórias. Muitas novidades, futebol sem criatividade e poucas convicções.

 

Normal, mas preocupante pelo próximo jogo: contra o Racing, quinta, na estreia da Copa Sul-Americana. Para eliminar o líder do Campeonato Argentino na primeira fase da competição, vencer em casa é quase obrigatório, já que a volta em Avellaneda promete ser muito complicada.

 

 

Mas o empate por 2 a 2 contra o Ferroviário-CE, pela Copa do Brasil, em atuação sofrível, e a derrota por 1 a 0 para o Novorizontino, no Paulistão, em tarde apática, deixam o torcedor ressabiado pela demora na engrenagem da equipe. Até o momento, não há evolução. E a defesa tem sofrido.

 

O que o Corinthians tem de consolidado? Cássio, Fagner, Ralf, Jadson e Gustagol. O centroavante, aliás, com cinco gols em oito partidas, é o grande alento do time na temporada.

 

Dúvidas, há diversas.

 

Mateus Vital teve chance no Corinthians, mas não mostrou boa atuação — Foto: Thiago Calil/Agif/Estadão ConteúdoMateus Vital teve chance no Corinthians, mas não mostrou boa atuação — Foto: Thiago Calil/Agif/Estadão Conteúdo

Mateus Vital teve chance no Corinthians, mas não mostrou boa atuação — Foto: Thiago Calil/Agif/Estadão Conteúdo

 

Sobre o esquema tático, o time tem variado entre o 4-2-3-1, como em Novo Horizonte, e o 4-1-4-1, como foi na vitória por 1 a 0 contra o Palmeiras, quando o time buscou o gol, marcou com enorme eficiência e saiu vencedor com todos os méritos. A fase, admite Carille, ainda é de testes.

 

Vagner Love, por exemplo, busca o encaixe perfeito. Atuou mais pela beirada do campo em Londrina e, em Novo Horizonte, foi um “falso 10”, flutuando atrás de Mauro Boselli. Com certeza, será importante para o time. O que ainda é necessário é um desenho tático que lhe favoreça.

 

Como parece ser o caso também de Ramiro e de Sornoza, que ainda não conseguiram jogar com qualidade no Corinthians, mesmo recebendo oportunidades de Carille em várias funções.

 

Por vezes, o time tem sofrido com a falta de profundidade, de velocidade pelo lado. Clayson está voltando de lesão, enquanto Pedrinho não tem conseguido fazer bons jogos. A falta de resposta individual de jogadores tem acometido também Mateus Vital, Ángelo Araos, André Luis…

 

E o que dizer da defesa? São oito gols sofridos em sete partidas disputadas. A maioria deles nascidos em lances de bola parada, exatamente como aconteceu contra o Novorizontino. Algo que atrapalhava o Corinthians com Jair Ventura no ano passado e ainda não foi resolvido.

 

A “dupla ideal”, formada por Manoel e Henrique, foi mal em Londrina. Marllon, por sua vez, foi bem em Novo Horizonte.

 

Não há dúvidas sobre a capacidade de Fábio Carille em montar equipes vencedoras, mas é preciso paciência. A sequência desta semana pode consolidar ideias e, diante de bons resultados contra Racing e São Paulo, ser definitiva para o amadurecimento do Corinthians enquanto equipe. Ou pode jogar, pela primeira vez, pressão num treinador que voltou ao clube nos braços da torcida.

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