Rui Car
26/12/2019 16h49 - Atualizado em 26/12/2019 16h50

Com tradição de centroavantes, Fluminense ainda não tem um para 2020

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Não é apenas impressão do torcedor. Em 2019, o Fluminense marcou poucos gols. Foram 91 — uma média de 1,32 em cada uma das 69 partidas do ano. Para um clube com histórico de goleadores clássicos e ataques poderosos, são números que causam insatisfação. A marca desta temporada foi a terceira pior do século. E o problema é que, ao olhar para frente, a torcida não vê razões para se tranquilizar. O tricolor corre o risco de iniciar sua preparação para 2020 sem homem-gol.

 

Os três principais artilheiros do time em 2019 já não defendem mais o clube. Yony González, o principal deles (com 17), aguarda seu contrato expirar no dia 31 para assinar com o Benfica, de Portugal. Luciano, que vem logo em seguida (15 gols), transferiu-se no meio do ano para o Grêmio. João Pedro, que completa o pódio (10), foi apresentado no último fim de semana pelo Watford, da Inglaterra. Com o Fluminense cauteloso no mercado, o técnico Odair Hellmann ainda não conta com um substituto dedicado à função primária de estufar as redes.

 

Não que a diretoria não esteja atenta à necessidade de reforçar o ataque. Aproximou-se de Caio Paulista, que disputou a última temporada pelo Avaí, mas pertence ao Tombense-MG; e mira Rossi, ex-Vasco e ligado ao Shenzen, da China. Só que os dois jogam pelos lados e não têm no faro de gols sua maior virtude. Enquanto o ex-vascaíno marcou quatro vezes em 2019, o primeiro passou o ano em branco.

 

O presidente Mário Bittencourt chegou a admitir o interesse em Everaldo, destaque da Chapecoense no último Brasileiro. Mas o centroavante, que pertence ao Querétaro, do México, optou pelo Kashima Antlers.

 

Outro sonho de consumo é o ídolo Fred. Mas, além de seu salário ser um entrave, enquanto ele não resolver sua situação com o Cruzeiro, o Fluminense não tomará nenhuma atitude. O camisa 9 de 36 anos ainda tem mais uma temporada de contrato com os mineiros, rebaixados à Série B.

 

A relação do Fluminense com os centroavantes ficou mais forte neste século. Não que no anterior eles não tenham tido seu papel na história. Washington, que formou o Casal 20 com Assis, e Ézio são lembrados até hoje. Mas, de 2001 para cá, nomes como Romário, Washington, Magno Alves, Tuta, Henrique Dourado, Pedro e, principalmente, Fred, foram referências de suas equipes.

 

Não à toa, a torcida se acostumou com, no mínimo, 100 gols no ano. Foi assim em 12 das 19 temporadas deste século. Mas, nas últimas duas, a marca não foi atingida, o que indica o desafio que Odair Hellmann terá pela frente.

 

— Quanto mais oportunidades você cria, mais chances de gols. Vamos continuar dentro dessa perspectiva. Agora, vamos tentar dar também um equilíbrio defensivo para que os próprios jogadores de frente tenham essa confiança — afirmou o treinador durante sua apresentação.

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