Cadeiras foram arremessadas no gramado do Beira-Rio em protesto pela má fase do Inter (Foto: Eduardo Deconto) - Info: Globo Esporte
Neste início de Série B, o Internacional parece reviver o “filme de terror” vivido em 2016. Até aqui, o clube está aquém das expectativas e ocupa apenas o sexto lugar na classificação geral. E a má atuação no empate em 0 a 0 contra o Paraná só ajudou a aumentar essa sensação. Na partida realizada no Beira-Rio, as chances de gol foram tão escassas que a transmissão não mostrou os melhores momentos no intervalo. Durante o “Redação SporTV”, o comentarista Diogo Olivier, da “RBS TV”, foi incisivo nas críticas ao Inter. Para ele, a partida foi uma demonstração de anti-futebol e uma das piores da história centenária do clube.
– Foi de chorar. O jogo ontem foi rigorosamente de chorar. Eu até cheguei tentando chamar de anti-futebol, porque não houve futebol, em nenhum momento do jogo. O Inter conseguiu somar, no jogo de ontem (terça-feira), zero finalizações. Zero, eu disse zero. Não foi nem uma (…) O fato é que o cenário de ontem foi tão ruim… Eu cheguei a dizer, claro que eu não vi todos os jogos da história centenária do Internacional, mas como esse é um ano de desterro, o pior ano da história do Inter, inclusive com seus adversários no nível técnico, que esse jogo concorre para ser um dos piores jogos da história do Inter, porque não houve futebol – avaliou.
Além disso, o comentarista avaliou que, se a partida de poucas emoções tivesse que ter um vencedor, este seria o Paraná. No fim da partida, a equipe visitante conseguiu marcar um gol, mas o tento foi anulado pelo árbitro, que alegou simulação. Para o analista, o jogo foi tão atípico que levantou questionamentos sobre algo de diferente que pode estar acontecendo no clube.
– Você vê que, no final do jogo, o Paraná está em cima. Se era para alguém ter vencido o jogo, era para ser o Paraná, porque o Inter não conseguiu criar absolutamente nada. E foi um jogo tão atípico do ponto de vista do susto do torcedor, e da gente mesmo da crônica (…) que a gente começou a pensar: “Escuta, o que é que aconteceu? Alguma coisa diferente?” – questionou.
O Internacional acumula seis partidas sem perder na segunda divisão. No entanto, foram apenas duas vitórias, com quatro empates. Nos últimos dois jogos, o Colorado não marcou gols e pouco assustou os adversários. Números que, somados à derrota no estadual para o Novo Hamburgo e a demissão de Antônio Carlos Zago, formam uma forte crise no clube, na opinião do jornalista.
– O cenário do Inter é um cenário de crise muito forte. Passa para a gente, é uma ideia só, de que o Inter começa a repetir o cenário do ano passado. Troca treinador quando não devia, entra outro e a paciência também não tem, daqui a pouco começa a cogitar trocar outro treinador. E aí fica trocando treinador, preparador físico, aí a coisa não anda mesmo. O cenário é muito ruim, o Inter vai precisar desesperadamente de um ou dois resultados para ter o mínimo de tranquilidade para o Guto Ferreira trabalhar, senão é muito filme repetido do ano passado – afirmou.
Apesar da situação caótica vivida pelo clube, Diogo Olivier acredita que Guto Ferreira não pode ser culpado pelas más atuações, pelo fato de o novo treinador do Internacional não possuir à sua disposição o tempo necessário para treinar a equipe.
– De fato, o rendimento do Inter é ruim, não teve nenhuma boa atuação ainda com o Guto. É culpa do Guto? Claro que não, ainda. Ele pegou terça, sábado, não teve tempo para treinar, só vai ter depois do jogo com o Brasil de Pelotas – concluiu.
No sábado, a equipe de Porto Alegre encara um desafio regional. O Internacional irá a Pelotas, onde enfrenta o Brasil, no estádio Bento Freitas. As duas equipes têm a mesma pontuação, mas os rubro-negros estão na frente pelo número de vitórias. O duelo que pode colocar o vencedor no G-4 terá início às 16h30.
