Rui Car
05/09/2018 08h19

Cria do Flamengo, Athirson faz ‘estágio’ no Fluminense para receber licença A de treinador

O Flamengo, sua antiga casa, não lhe respondeu

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Enquanto os jogadores do Fluminense treinavam, um antigo rival observava a atividade. Na beira do campo, Athirson fazia anotações em um caderno. Lembrava mais um estudante. Esta é sua nova realidade. Para obter a licença A de treinador oferecida pela CBF, o ex-lateral revelado pelo Flamengo faz uma espécie de estágio no CT do Tricolor.

 

Ao lado do amigo Fernando Vanucci, que trabalha no CFZ e também faz o curso, Athirson vai acompanhar o trabalho de Marcelo Oliveira nesta e na próxima semana. Os dois precisam cumprir uma carga horária de 50h em análise e observação de treinamento. É a última etapa para que possam receber a licença em outubro.

 

 

Em busca de um clube que abrisse as portas para os dois, Athirson falou com os quatro grandes. O Flamengo, sua antiga casa e por onde conquistou o Estadual (1999 e 2000) e a Copa Mercosul (1999), não respondeu. No Vasco, entrou em contato com Jorginho, seu amigo, e deixou a visita encaminhada. Mas a demissão do treinador, há três semanas, frustrou os planos. O técnico Zé Ricardo o convidou a fazer a atividade no Botafogo. Mas, antes, o diretor de futebol Paulo Angioni já havia concordado em recebê-lo no Fluminense.

 

— Está sendo muito legal. Fico feliz, porque estamos sendo muito bem recebidos — agradeceu Athirson, que no primeiro dia já se reuniu para uma conversa com a comissão técnica tricolor. — Dei os parabéns pelo jogo contra o São Paulo. O Fluminense fez uma partida muito interessante. Jogou contra o líder, né? Então é natural que tomasse aquela pressão. Mas jogou de igual para igual. Lembramos dos tempos antigos, sempre joguei contra o Marcelo Oliveira. E já conhecia o Tico, que foi da comissão do Levir Culpi quando joguei no Cruzeiro.

 

Athirson já possui a licença B e acumula trabalhos como treinador em clubes como o São Cristóvão, o Flamengo-PI e o Alecrim-RN. Foi o suficiente para já conhecer o lado obscuro do futebol. No clube piauiense, denunciou rato em casa de atleta, falta d’água e de transporte e atrasos salariais. Na equipe potiguar, foi demitido após apenas duas partidas. Além da qualificação profissional, vislumbra com a licença A poder assumir times com estruturas melhores.

 

— É importante você tirar a licença para ninguém questionar qualquer coisa e dizer que você não está capacitado para exercer sua função — conta o ex-jogador, que se mostra encantado com os novos conhecimentos sobre tática e se declara fã da posse de bola. — Claro que depende de muita coisa. Da qualidade do elenco que você tem em mãos até o estado do campo. Mas gosto mais das equipes que fazem a bola girar.

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