Rui Car
14/11/2017 11h11 - Atualizado em 14/11/2017 08h36

Diretoria pressiona, e Fla tem cobrança por trocas dentro e fora de campo em 2018

Vestiário em São Paulo tem alerta contra instabilidade da equipe por diretor e Rueda

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Ainda há uma semifinal e talvez até uma final e um título sul-americano pela frente, mas a campanha irregular do Flamengo no Campeonato Brasileiro ferve os bastidores da Gávea às vésperas do ano eleitoral de 2018. Há corrente, que cresce a cada insucesso no clube rubro-negro, próxima ao presidente Eduardo Bandeira de Mello que cobra mudanças firmes no departamento de futebol e no comando do clube.

 

São pedidos pelas saídas ao fim da temporada do diretor geral Fred Luz e do diretor de futebol Rodrigo Caetano, entre outras mexidas no Rubro-Negro. Alguns vice-presidentes e parte da base de apoio de Bandeira reconhecem os dois profissionais como bons gestores, mas entendem que é preciso reformulação dentro e fora de campo.

 

O novo vice-presidente de futebol Ricardo Lomba faz um meio de campo entre a base insatisfeita, que clama por cobranças e avaliações objetivas em cima de metas não cumpridas pelo carro-chefe do clube, e caminha ao lado dos profissionais do clube – Fred Luz, ex-diretor de marketing, está no clube desde o início da gestão, enquanto Caetano foi contratado em 2015 e tem contrato até o fim da gestão Bandeira.

 

Reinaldo Rueda em desembarque do Flamengo no Rio de Janeiro: técnico fez cobrança aos jogadores no vestiário da Arena do Palmeiras (Foto: Fábio Cardoso)Reinaldo Rueda em desembarque do Flamengo no Rio de Janeiro: técnico fez cobrança aos jogadores no vestiário da Arena do Palmeiras (Foto: Fábio Cardoso)

Reinaldo Rueda em desembarque do Flamengo no Rio de Janeiro: técnico fez cobrança aos jogadores no vestiário da Arena do Palmeiras (Foto: Fábio Cardoso)

 

Se por ora ainda é observador privilegiado, Lomba vai passar a tomar partido da pasta e realizar modificações graduais dentro do futebol. Pelo menos esta é a expectativa de pares e do grupo Sócios Pelo Fla (SóFla), que o apóia. Há avaliação de que é preciso trocas de ares no comando do futebol, que o tempo dos dois executivos já passou, mesmo que ainda não haja definição de quem seriam os substitutos dos diretores Luz e Caetano.

 

 

Bom lembrar que a dupla conta com a confiança e a aprovação do presidente. Em entrevista ao GloboEsporte.com, Bandeira, mesmo evitando comentar assuntos que discute internamente, deixou no ar que as mudanças passam pelos resultados do fim de ano:

 

Rueda “antecipa” cobrança de coletiva no vestiário

A mudança no elenco também deve ser significativa. A ideia é vender, emprestar, colocar no mercado jogadores que pouco atuaram ou não agradaram dentro de campo em 2017. Alex Muralha, Rafael Vaz, Rômulo, Conca, Mancuello, Gabriel, além de negociações de jogadores da base para dar maior “rodagem”, estão na lista de atletas que podem procurar novos rumos.

 

O caso de Conca é emblemático. Contratado com a esperança de reviver dias melhores na volta ao futebol brasileiro, o argentino atuou apenas em três partidas, sem completar 90 minutos em campo. E a custo elevado de R$ 300 mil mensais.

 

 

Na lista de reforços, o Flamengo mantém a pretensão de contratar um zagueiro e dois a três atacantes – a depender do caso de Guerrero, a ideia é trazer um atacante de área e outro de lado de campo, já que Berrío está lesionado e vai perder quase toda a temporada 2018. As saídas para isso serão fundamentais. O orçamento do futebol ainda está sendo desenhado, mas o investimento não vai ser tão alto quanto o de 2017. Nem perto disso.

 

O Flamengo comprometeu quase R$ 60 milhões em aquisição de direitos econômicos – sem falar no pagamento de direitos de imagens, que, de acordo com o balanço do terceiro trimestre rubro-negro, divulgado na última semana no site oficial, representa mais de R$ 56 milhões.

 

A derrota na Arena palmeirense também elevou o clima no vestiário – o clima já estava quente ainda no camarote. Irritado, Rueda fez cobrança aos jogadores, chamou a atenção para a desatenção e falta de concentração no início da partida.

 

O diretor Rodrigo Caetano e o presidente Bandeira também questionaram o grupo, exigindo o fim da instabilidade rubro-negra na competição. O treinador colombiano repetiu internamente o que expôs em entrevista coletiva, quando criticou o desempenho coletivo e até “imprecisão individual” dentro do grupo rubro-negro.

 
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