Rui Car
11/12/2018 08h45 - Atualizado em 11/12/2018 08h50

Disparidade entre técnicos na mira do Fluminense indica falta de diretriz para o futebol em 2019

O contrato de jogadores-chave do time terminam neste mês

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O torcedor quer saber quem será o técnico do Fluminense em 2019. Depois que Roger Machado se tornou opção distante, Jair Ventura ganhou força e é, hoje, o nome mais próximo de ser a resposta para esta pergunta. Mas a dúvida que envolve o tricolor neste momento é mais complexa: qual será a direção escolhida para o futebol na próxima temporada? A disparidade entre as opções estudadas mostra uma diretoria sem um rumo definido a 23 dias do início da pré-temporada.

 

Roger sempre foi um nome admirado pelo presidente Pedro Abad. Assim que venceu a eleição, em 2016, o mandatário o tratou como prioridade, mas acabou fechando com Abel Braga. Considerado um estudioso do futebol, o treinador tenta implementar em seus trabalhos conceitos que estão em alta no esporte: compactação, jogo apoiado, posse de bola. Em sua passagem pelo Palmeiras, no primeiro semestre, fez do clube o dono da melhor campanha da fase de grupos da Libertadores.

 

 

Entretanto, a falta de títulos expressivos no currículo faz dele um nome frágil em momentos de turbulência. Acabou demitido durante período de oscilação no Brasileiro. Ainda assim, o próprio Luiz Felipe Scolari fez questão de enaltecer a base deixada por ele após a conquista do título brasileiro.

 

Ao sondá-lo, a diretoria tricolor se assustou com os valores. Além disso, a lentidão nas tratativas tornaram nítida a falta de interesse do técnico e fizeram o Fluminense partir para seu plano B, que se revelou um giro de 180 graus. Nome da vez, Jair Ventura tem perfil oposto ao de Roger — o que não significa que ele não seja um bom nome para o tricolor.

 

O ex-técnico de Botafogo, Santos e Corinthians também é considerado um profissional atualizado. Só que suas equipes priorizam a defesa e os contra-ataques rápidos. Já mostrou facilidade para montar times com elencos sem grandes estrelas, realidade da qual o Fluminense se encontra mais próximo hoje em dia.

 

O agente de Jair Ventura é Carlos Leite, empresário com quem o Fluminense estreitou relações nas últimas semanas. Foi ele quem emprestou R$ 5 milhões ao clube para o pagamento de salários atrasados. A julgar pela prioridade dada inicialmente a Roger, a mudança para Jair se mostra baseada mais em critérios econômicos do que técnicos, já que o filho de Jairzinho cobra valores mais acessíveis ao tricolor.

 

O detalhe é que o plano C do Fluminense é Fernando Diniz. Assim como Roger, prefere um jogo ofensivo. No entanto, tem conceitos ainda mais radicais no que diz respeito à posse de bola e à preferência por sair jogando desde a defesa, envolvendo até os goleiros na tarefa. Um vai e vem de perfis que só mostra a falta de objetivos claros da diretoria para o futebol no próximo ano.

 

E o momento pede diretrizes bem estabelecidas. O Fluminense começa a planejar o elenco de 2019. As definições sobre quais jogadores sairão e quais serão contratados dependem do estilo de trabalho do próximo técnico. No momento, no entanto, são tomadas apenas pela diretoria.

 

O contrato de jogadores-chave do time terminam neste mês. São os casos do goleiro Júlio César, do lateral-direito Gilberto e dos zagueiros Gum e Digão. Há ainda os insatisfeitos e os que receberam proposta para deixar o clube, situação de Jadson e de Sornoza. A depender de quem será o próximo técnico — seja ele Jair, Diniz, Roger ou qualquer outro nome —, o futuro destes atletas terá um encaminhamento diferente.

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