Rui Car
21/12/2018 15h40 - Atualizado em 21/12/2018 14h25

Dos cilindros em Potosí ao triunfo “inútil” no Azteca, Flamengo revive o drama da altitude

Histórico nestas condições não é bom

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Um retrospecto que causa calafrios até em recordação positiva. O título boliviano botou o San José no caminho do Flamengo na Taça Libertadores da América de 2019 e garantiu duas partidas na altitude pelo Grupo D. Oruro e Quito são os desafios, que entram para uma lista ingrata para o Rubro-Negro.

 

 

Renato Augusto recebe auxílio de cilindro de oxigênio durante partida em 2007 — Foto: Agência O GloboRenato Augusto recebe auxílio de cilindro de oxigênio durante partida em 2007 — Foto: Agência O Globo

Renato Augusto recebe auxílio de cilindro de oxigênio durante partida em 2007 — Foto: Agência O Globo

 

Ao longo dos quase 40 anos de participação na principal competição de clubes do continente, o Flamengo entrou em campo nove vezes em cidades com mais de 2.000 metros acima do nível do mar. Foram quatro derrotas, dois empates e apenas três vitórias.

 

Mais de metade deste histórico foi escrito na última década, com direito a 100% de aproveitamento na única edição em que o Flamengo jogou duas vezes nas alturas: 3 a 0 sobre o Cienciano, nos 3.399m de Cusco, no Peru; e 4 a 2 no América, nos 2.250m da Cidade do México.

 

 

Leo Moura fez um dos gols no 4 a 2 em 2008. No Rio, decepção — Foto: Agência o GloboLeo Moura fez um dos gols no 4 a 2 em 2008. No Rio, decepção — Foto: Agência o Globo

Leo Moura fez um dos gols no 4 a 2 em 2008. No Rio, decepção — Foto: Agência o Globo

 

Tal desempenho, porém, foi ofuscado pela catastrófica eliminação para os próprios mexicanos em noite de Salvador Cabañas, com derrota por 3 a 0 no Maracanã. A outra vitória na altitude foi em ano de título: 2 a 1 sobre o Jorge Wilstermann, pela semifinal de 1981, nos 2.570m de Cochabamba.

 

Flamengo na altitude

  • 1981 – 2 x 1 Jorge Wilstermann (BOL) – Cochabamba – 2.750m
  • 1983 – 1 x 3 Bolívar (BOL) – La Paz – 3.640m
  • 2002 – 0 x 1 Once Caldas (COL) – Manizales – 2.153m
  • 2007 – 2 x 2 Real Potosí (BOL) – Potosí – 4.067m
  • 2008 – 3 x 0 Cienciano – Cusco (PER) – 3.399m
  • 2008 – 4 x 2 América (MEX) – Cidade do México – 2.250m
  • 2012 – 1 x 2 Real Potosí (BOL) – Potosí – 4.067m
  • 2014 – 0 x 1 Bolívar (BOL) – La Paz – 3.640m
  • 2018 – 0 x 0 Santa Fé (COL) – Bogotá – 2.640m

 

A relação conta ainda com duas idas a La Paz, uma a Bogotá, uma a Manizales e duas a Potosí. Esta última, também na Bolívia, é a única superior aos 3.700m de Oruro.

 

Em 2007, com direito a jogadores sendo atendidos com cilindros de oxigênio à beira do campo, empate por 2 a 2. Cinco anos depois, os cariocas perderam por 2 a 1, mas viraram o confronto pela pré-Libertadores no Rio de Janeiro.

 

– Não tem partida fácil. Vamos sair do Rio, provavelmente para Santa Cruz de La Sierra, naquele esquema de chegar seis horas antes, roupa para altitude e não tem moleza. Mas… vamos para cima deles, Mengão! – analisou Luiz Eduardo Baptista, o BAP, vice de relações externas, após o sorteio na Conmebol.

Em 2018, o Flamengo subiu o morro para encarar o Independiente Santa Fé, em Bogotá, e ficou no 0 a 0 no estádio El Campín, 2.640 metros acima do nível do mar. Mais de mil metros a menos do que o Jesús Bermúdez, em Oruro.

 

O palco tem capacidade para 30 mil pessoas e costuma encher em jogos com certa relevância. A expectativa é de casa cheia nos duelos da Libertadores. O Flamengo será o primeiro time brasileiro a retornar ao estádio desde 2013, quando um torcedor do San Jose morreu atingido por um sinalizador durante o jogo diante do Corinthians.

 

 

A equipe voltou a disputar a Libertadores em 2015, caindo na fase de grupos com River Plate, Tigres e Juan Aurich. Atualmente, o San Jose tem um jogador brasileiro no elenco, José Marcelo Gomes. No entanto, o destaque tem sido o argentino Javier Sanguinetti, que termina o ano em alta no mercado.

 

O duelo abre o Grupo D, no dia 5 de março, às 19h15 (de Brasília). Tempo de sobra para os rubro-negros prepararem os pulmões.

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