Rui Car
18/05/2017 15h35 - Atualizado em 18/05/2017 15h39

Em dificuldade financeira, Corinthians sofre para ter novo patrocínio máster

Problemas no passado recente fazem diretoria adotar cautela em procura

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O acerto do São Paulo com o grupo que comanda a MRV Engenharia e o Banco Intermedium deixou o Corinthians como único clube grande paulista sem um patrocinador master em sua camisa. Desde o fim do contrato com a Caixa, em abril, o Timão busca alternativas para rechear seus cofres e cumprir metas estabelecidas pelo marketing.

 

Em março, o diretor do departamento, Fernando Salles, afirmou que o clube poderia chegar a R$ 100 milhões em patrocínios na temporada, contando a Nike, fornecedora de material esportivo. Sem a propriedade principal, porém, o objetivo fica praticamente inviável.

 

Hoje, o Corinthians conta com três patrocínios em sua camisa: Alcatel (costas), Foxlux (barra inferior) e Minds (mangas). Costas e mangas, juntas, devem render cerca de R$ 4,5 milhões ao clube até o fim do ano – a Foxlux não divulgou os valores de seu acordo.

 

O patrocínio do São Paulo vai render R$ 42 milhões até junho de 2020. O Palmeiras, com a Crefisa, vai faturar R$ 72 milhões em 2017 por todas as propriedades de sua camisa. O Santos, com a Caixa, vai receber R$ 16 milhões até o fim do ano, com a marca no espaço principal e no calção.

 

 

O clube fechou, ainda, negociação com a Universidade Brasil, do grupo Uniesp, para a omoplata – a marca esteve no espaço principal do uniforme nas duas finais do Campeonato Paulista, contra a Ponte Preta, há poucas semanas. Diante da Chapecoense, sábado passado, pelo Campeonato Brasileiro, a mesma marca já aparecia em seu novo lugar.

 

Com a Caixa, a negociação esfriou depois que o banco estatal quis reduzir seus valores para ficar até o fim de 2017 – o contrato anterior era de R$ 30 milhões por uma temporada. A diretoria alvinegra busca um valor igual ou maior, mas analisa o mercado com cautela porque tem enfrentado problemas com outros parceiros de um passado recente.

 

No fim de 2015, por exemplo, a Klar fechou patrocínio pontual para jogo contra o Avaí, pela última rodada do Campeonato Brasileiro, e teria a propriedade principal da camisa pelos dois anos seguintes. Um diretor da empresa chegou a dizer que a Klar também fecharia acordo pelos “naming rights” da Arena Corinthians, mas sumiu pouco depois.

 

Em 2016, o clube tentou um novo tipo de parceria para a camisa. A Apollo Sports Capital seria uma espécie de corretora que venderia espaços no uniforme alvinegro. Chegou a firmar parceria com o Café Bom Dia, que estampou sua marca nas costas a camisa do Timão por alguns jogos. Dos R$ 23 milhões que o contrato deveria render, apenas R$ 1 milhão entrou nos cofres alvinegros – o equivalente a pouco mais de um mês de acordo.

 

Pouco antes da Apollo, o Corinthians rompeu contrato com a Winner Play, site de apostas, porque não recebeu parte dos pagamentos previstos. O contrato renderia R$ 20 milhões em três anos ao clube, mas durou apenas seis meses.

 

Sem o dinheiro dos patrocínios, o Corinthians tem sofrido para quitar algumas dívidas. Nos últimos dias, o clube foi acionado cinco vezes na Justiça por conta de pagamentos não efetuados nas negociações de Kazim, Vilson, Marlone, Petros e Matheus Pereira.

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