Rui Car
01/05/2017 08h39

Everton joga com infiltração e muda o ritmo do Fla na final

Camisa 22 precisou de injeção de anti-inflamatório para atuar na decisão

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Globo Esporte

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O nome de Everton na escalação deste domingo talvez tenha sido a melhor notícia para o Flamengo. Fora do jogo na quarta-feira passada por conta de uma entorse no tornozelo esquerdo, o camisa 22 não mediu esforços para voltar ao time na primeira partida da final do Carioca. Mesmo jogando no sacrifício e na base de injeção de anti-inflamatório, lembrou que o time considerado titular do técnico Zé Ricardo vai além de Diego e Guerrero. Foi (de novo) taticamente fundamental para a vitória rubro-negra. A missão agora é tê-lo 100% para quarta-feira, pela Libertadores, contra o Universidad Católica.

 

A incerteza e a injeção para jogar

O Flamengo seguirá por, pelo menos mais algumas semanas, sem a referência de Diego – que operou o joelho e está em fase de recuperação. Na quarta, a ausência de Everton diante do Atlético-PR só foi confirmada de última hora. Apesar de ter treinado na véspera, o tornozelo seguia inchado e não haveria condições de atuar. Por mais que o Rubro-Negro tenha criado boas chances na Arena da Baixada, foi visível a falta de velocidade e conexão ao ataque com a ausência do camisa 22. Frustrado, assistiu ao jogo do fora de campo.

 

Desde então, foram três dias de corrida contra o tempo. Everton treinou quinta, sexta e sábado normalmente com o grupo. Colocou-se à disposição do técnico Zé Ricardo para a decisão. Ainda assim, precisou de uma injeção de anti-inflamatório horas antes do confronto.

 

– É difícil. Só eu sei que estou passando aqui. Mas é final, vale o sacrifício. Quarta-feira não deu, estava muito inchado. Mas hoje tomei injeção e fui – disse Everton, no intervalo do jogo no Maracanã.

 

O mapa de calor de Everton na final do último domingo: ofensivas pela esquerda (Foto: Reprodução Footstats)O mapa de calor de Everton na final do último domingo: ofensivas pela esquerda (Foto: Reprodução Footstats)

O mapa de calor de Everton na final do último domingo: ofensivas pela esquerda (Foto: Reprodução Footstats)

 

 

Por que Everton foi (e também é) tão importante?

A resposta veio nos primeiros 45 minutos da decisão. Everton é aquele jogador que participa da maior parte das jogadas de ataque e faz esforço para retornar na defesa. Se multiplica. Neste domingo, deu trabalho na ponta esquerda, sobretudo para o lateral tricolor Lucas, e atrapalhou os avanços de Richarlison no primeiro tempo. Sua movimentação ofensiva – ao lado de Orlando Berrío – inibiu os avanços do Fluminense. A sacada de Zé Ricardo para anular o Tricolor foi usar exatamente a arma clássica de Abel Braga: velocidade.

 

Everton fez boa dobradinha atuando mais perto de Trauco e permitindo subidas do peruano ao ataque. Chamava as jogadas e também marcava, fazendo valer sua capacidade atuar como lateral – fez dois desarmes importantes. Para coroar a atuação, também foi dele o gol do jogo após falha do zagueiro Renato Chaves.

 

 

Na outra ponta, Berrío também segurou o Fluminense (Foto: Gilvan de Souza)Na outra ponta, Berrío também segurou o Fluminense (Foto: Gilvan de Souza)

Na outra ponta, Berrío também segurou o Fluminense (Foto: Gilvan de Souza)

 

– Muito bom ter Everton de volta, taticamente cumpre bem a função. Sabíamos que a volta dele ia fortalecer nosso lado. Tanto Lucas quanto Léo atacam muito. Teve a felicidade de fazer nosso gol. Vamos recuperar ele bem, estava em dúvida se jogaria 90 minutos. A preocupação é recuperá-lo pro jogo de quarta-feira – disse Zé Ricardo.

 

O Flamengo agora volta suas atenções para a Libertadores. Na quarta-feira, recebe o Universidad Católica, às 21h45, no Maracanã, no jogo que pode definir sua classificação da fase de grupos do torneio.

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