Rui Car
18/11/2019 17h35 - Atualizado em 18/11/2019 15h05

Familiares de Samuel fazem manifestação no Ninho do Urubu: “Lembrar não custa nada”

"O clube pode até esquecer, mas a gente não", afirma o tio Milton Rodrigues de Souza

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Globo Esporte

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Milton, Moisés e Caíque saíram de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, às 5h30 desta segunda-feira rumo ao Ninho do Urubu. No local desde as 8h, o tio, irmão e primo de Samuel Thomas Rosa, um dos garotos que faleceu no incêndio do Flamengo em fevereiro deste ano, fazem uma manifestação na entrada do centro de treinamentos.

 

– Estamos aqui em prol da lembrança do nosso Samuel. Trouxemos uma faixa com as fotos dos meninos. Eu sou defensor dos direitos da criança, e Samuel e Christian (Esmério, goleiro que também faleceu na tragédia) faziam parte de um projeto social meu, o “Bom de Bola” – disse Milton Rodrigues de Souza ao GloboEsporte.com.

 

Na faixa, a mensagem dos familiares é a seguinte: “Flamengo x River Plate. Boa sorte na Libertadores dia 23/11. Não se esqueçam dos nossos meninos do Ninho do Urubu. Samuel Thomas/Cristian Esmerio/Jorge e companhia. Eles vestiram essa camisa. Saudades eternas!”.

 

O tio do lateral-direito, que faleceu aos 15 anos, destaca que o objetivo do movimento não tem relação com as negociações do Flamengo com as famílias, mas é mesmo lembrar das vítimas.

 

– Meu objetivo não é dinheiro aqui, é lembrança. Que o Flamengo se manifeste em termos de homenagens. Podiam pensar em colocar as fotos dos meninos aqui no muro do Ninho, por exemplo.

 

“A gente pede lembrança desses meninos, e lembrar não custa nada. Dia de Finados passou agora, e o Flamengo não deu uma flor para as mães. O clube pode esquecer, mas a gente não.” (Milton, tio de Samuel).

Arthur, Athila, Bernardo, Christian, Gedson, Jorge, Pablo, Rykelmo, Samuel e Vitor, todos entre 14 e 16 anos, faleceram no incêndio em um dos alojamentos do Ninho do Urubu, em fevereiro deste ano. O Flamengo entrou em acordo com quatro das dez famílias e segue negociando com as outras. No caso do Samuel, os familiares são representados pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro.

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