Rui Car
05/08/2019 10h00 - Atualizado em 05/08/2019 10h02

Flamengo troca intensidade por irregularidade e vira presa fácil

Jorge Jesus não consegue fazer time ter boa sequência

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Globo Esporte

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Um jogo de 45 minutos. Não precisava de mais. Foi tempo suficiente para o Bahia liquidar um Flamengo que tem trocado a intensidade tão cobrada por Jorge Jesus pela irregularidade como principal característica. O 3 a 0 na tarde de domingo na Fonte Nova foi uma ducha de água fria no torcedor nordestino que tomou conta de Salvador e um choque de realidade para um time que não se decide entre a fantasia de herói ou vilão desde que o português chegou.

 

 

Flamengo foi atropelado pelo Bahia no primeiro tempo — Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC BahiaFlamengo foi atropelado pelo Bahia no primeiro tempo — Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia

Flamengo foi atropelado pelo Bahia no primeiro tempo — Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia

 

De cara, vamos deixar de lado o segundo tempo ao analisar o duelo na Fonte Nova. A impressão que se deu desde a volta do intervalo era de que seriam minutos protocolares após o atropelamento na etapa inicial. Assim foi. E o Bahia esteve mais perto do quarto do que o Flamengo de diminuir.

 

Predominância que passa pela atuação trágica dos rubro-negros técnica e taticamente. Falar dos desfalques soa como desculpa diante das alternativas encontradas por Jesus.

 

A julgar pelo que apresentou desde que chegou ao clube, o treinador teve a risca dois desfalques: Rodrigo Caio, substituído por Thuler, e Gabigol, que deu lugar a Piris da Motta com o deslocamento um passo adiante das peças do meio para frente.

 

 

Diego Alves teve tarde para esquecer em Salvador — Foto: MAURICIA DA MATTA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDODiego Alves teve tarde para esquecer em Salvador — Foto: MAURICIA DA MATTA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Diego Alves teve tarde para esquecer em Salvador — Foto: MAURICIA DA MATTA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

 

A verdade é que nada funcionou na atuação do Flamengo em Salvador. Nem individualmente, nem coletivamente. É difícil apontar um jogador que tenha apresentado o que dele se espera em condições normais, e isso naturalmente contamina o todo.

 

O placar e a forma como foi construído até poderiam apontar para um Bahia avassalador. Mas não. O que os donos da casa fizeram foi aproveitar as falhas grotescas de um Flamengo apático e passivo diante da má atuação. Parecia em outra órbita, em outro ritmo. E o Tricolor baiano teve mérito de se valer disso.

 

Diego Alves e Piris da Motta viveram noite especialmente ruins. O volante não se encontrou na linha alta defensiva de Jorge Jesus, não cobria espaços e deixava muitas vezes os zagueiros no mano a mano.

 

 

Filipe Luís sofreu com o ataque do Bahia em sua estreia — Foto: MARCELO MALAQUIAS/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDOFilipe Luís sofreu com o ataque do Bahia em sua estreia — Foto: MARCELO MALAQUIAS/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Filipe Luís sofreu com o ataque do Bahia em sua estreia — Foto: MARCELO MALAQUIAS/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

 

Desta maneira, o Bahia aproveitou buracos nas costas de Thuler e Pablo para fazer o primeiro e o terceiro gols (este último após escanteio a favor do Flamengo, erro crasso de posicionamento e recomposição).

 

Estreante, Filipe Luís também deu indícios de ter a escalação precipitada e sofreu fisicamente. O esforço para acompanhar Gilberto no terceiro gol é até hercúleo, mas o atacante – que não é dos mais velozes – chega como quer para receber de Arthur e finalizar. 

 

 

Entre um gol e outro, Diego Alves, que já tinha demorado para tomar uma atitude no primeiro gol, entregou o segundo em saída de bola errada nos pés e Gilberto. O momento ruim é cada vez mais evidente para o goleiro, que já tinha falhado duas vezes diante do Botafogo.

 

Apático, passivo, desorganizado, vilão. O Flamengo de Salvador foi tão ruim que é até difícil apontar um motivo para derrota. Resultado justo e que preocupa ainda mais pela montanha russa de jogos bons e ruins que tem marcado as últimas semanas.

 

Problema que Jorge Jesus terá cinco dias livres para resolver até o duelo com o Grêmio, sábado, no Maracanã. Menos mal que pela lógica recente será o dia de jogar bem.

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