O grito de gol parece ter entalado de vez. Após 672 minutos sem ver a equipe marcar — a maior seca da história do Fluminense —, o torcedor se pergunta se voltará a ver o ataque funcionar antes do fim de 2018. Como precisa fazer o time balançar as redes para avançar na Sul-Americana e não correr risco de terminar o Brasileiro rebaixado, o técnico Marcelo Oliveira busca uma solução. O problema é que já não há mais coelhos para serem tirados da cartola. Uma análise deste período de jejum mostra que, ao invés de solução mágica, o Tricolor necessita é aprimorar finalização.
O fundamento é básico, mas parece estar em falta nas Laranjeiras. Desde o último gol marcado (sobre o Nacional-URU, em 31 de outubro), o aproveitamento de finalizações do Fluminense caiu para um patamar de equipe rebaixada. Foram 84 finalizações nestes 672 minutos. Destas, apenas 26 foram na direção do gol — um índice de 30,9% de acerto. É muito semelhante ao do Paraná nas 37 rodadas do Brasileiro (30,2%).
O lanterna, que teve sua queda decretada com sete jogos de antecedência, é dono do pior aproveitamento de finalizações do torneio (o Fluminense, com 35,2%, tem o quarto pior). Não à toa, o time paranaense caminha para terminar o Brasileiro com o pior ataque da história dos pontos corridos, com 17 gols marcados até agora.
Além dos minutos, o Fluminense também vive seu maior jejum de partidas inteiras sem marcar: sete. Em todos estes jogos, só em um deles a equipe registrou mais finalizações certas do que erradas. Contra o Sport, no Maracanã, no último dia 11, foram oito tentativas na direção do gol contra seis para fora. Ainda assim, não evitou o 0 a 0 no placar.
Isso porque, além de baixo, o índice de acertos do Fluminense nos últimos 672 minutos refere-se apenas à direção dos chutes. Não avalia a qualidade das finalizações — critério mais subjetivo e no qual o time também tem deixado a desejar.