Rui Car
26/03/2018 11h11 - Atualizado em 26/03/2018 11h12

Fred impressiona a seleção brasileira e fica muito perto da Copa do Mundo

Treinos do meio-campista do Shakhtar Donetsk conquistam comissão técnica

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O discurso de Tite sobre como um jogador pode aproveitar treinamentos para carimbar uma vaga na Copa do Mundo, mesmo com poucos minutos de jogo, tem um garoto-propaganda potencial: Fred. O volante do Shakhtar Donetsk – podem chamar de meia também – tem impressionado a comissão técnica da seleção brasileira a cada dia, e somente um imprevisto o tirará do torneio mais importante do planeta.

 

 

Fred está perto de carimbar seu passaporte rumo à Rússia (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)Fred está perto de carimbar seu passaporte rumo à Rússia (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Fred está perto de carimbar seu passaporte rumo à Rússia (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

 

Em entrevistas, Tite já nominou e/ou deixou claro quem são os 16 jogadores garantidos, por enquanto, no Mundial. Fred deverá ser o 17º. Nesta terça-feira, ele não será titular contra a Alemanha, mas pode entrar durante o amistoso.

 

O desempenho no clube também é decisivo, como costuma insistir o treinador brasileiro. Como o atacante Taison é um jogador convocado desde as primeiras listas de Tite, o Shakhtar acabou se tornando uma equipe frequentemente observada.

 

Recentemente, in loco, auxiliares do técnico viram Fred fazer um belo gol de falta em Alisson, num jogo em que o goleiro da Roma brilhou intensamente, pela Liga dos Campeões. Mais do que isso, comprovaram que o meio-campista tem características consideradas raras em atletas brasileiros desse setor do campo, especialmente o que se chama de “box-to-box”.

 

“Box” significa área, no caso. Ou seja, é um jogador cuja área de atuação se expande desde a área defensiva, com auxílio no sistema de marcação, até a ofensiva, com chegada para participar da articulação dos lances de ataque.

 

Para isso, é preciso velocidade e intensidade – participar ativamente da maioria dos movimentos do jogo. É um quesito em que o meio-campista brasileiro, em geral, ainda não se nivelou aos de outras grandes seleções, por isso Fred tem chamado tanta atenção.

 

 

A versatilidade no meio e a força física são outros fatores que conquistaram Tite e seus braços-direitos.

 

Fred foi convocado duas vezes e participou de apenas 15 minutos de um jogo com o atual técnico. As outras seis partidas que disputou pela Seleção foram sob comando de Dunga. Substituto do cortado Luiz Gustavo na Copa América de 2015, ele chegou a ser titular no torneio, mas tornou-se uma das vítimas do mau desempenho da equipe e não voltou a ser chamado.

 

Uma das poucas deficiências detectadas pela comissão técnica brasileira é o cabeceio. Fred tem 1,69m, o que o atrapalha em disputas aéreas no meio-campo. Ainda assim, o fato de fazer exercícios que potencializem esse fundamento no fim de treinos também lhe conta pontos.

 

Quem perde espaço na disputa por um lugar na Copa é Giuliano. No Fenerbahçe, ele passou a atuar mais adiantado, numa região do gramado em que sua participação na construção do jogo não é tão grande. É mais definidor do que construtor. Não é o que Tite procura.

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