Nas “peladas” é comum a disputa de “par ou ímpar” para se escolher os jogadores para cada time. E se de um lado estiver Fred e do outro Ricardo Oliveira: quem vale a pena escolher? O GloboEsporte.com traz números das carreiras dos dois centroavantes para “ajudar” na decisão.
Fred tem prestígio no futebol francês e participou de duas Copas do Mundo. No Brasil, a maior identificação do camisa 9 foi pelo Fluminense, time pelo qual conquistou os principais títulos. Carrega a artilharia de três edições do Campeonato Brasileiro, a última no ano passado. Na carreira, o atacante soma 365 gols em 664 jogos, média de 0,54.
Ricardo Oliveira foi o maior goleador do Nacional em 2015. Ganhou notoriedade na Europa pelo Bétis e também se destacou no Milan. A camisa do Santos, que acolheu Ricardo Oliveira por quatro temporadas – em duas passagens – é a que mais lhe caiu bem no Brasil. Em 17 anos como profissional, Ricardo tem 319 gols em 619 jogos, média de 0,51.
Fred tem 46 gols a mais que Ricardo Oliveira e disputou 45 jogos a mais como profissional.
Pimenta no clássico
Não bastasse o gabarito dos dois goleadores, o clássico mineiro, sempre quente pela grande rivalidade, terá ainda mais ingredientes. Fred já jurou amor ao Cruzeiro, mas voltou para Minas Gerais em 2016 com a camisa do Atlético-MG. Deixou o Alvinegro em rescisão amigável e vai defender a Raposa de novo, usando a expressão “volta para a casa” ao citar o clube celeste.
Já em relação a Ricardo Oliveira, que teve o nome sugerido ao Cruzeiro antes do acerto com a Fred, não há tantos fatores em termos de polêmicas, mas o centroavante costuma ser irreverente em algumas comemorações, fato que pode agitar a disputa nos clássicos mineiros.
Ricardo Oliveira tem 37 anos, completará 38 em maio do ano que vem. Em relação à última temporada, disputou 40 jogos e fez 12 gols, oito deles no Brasileirão. Já Fred esteve em campo 55 vezes, com 30 gols, 12 no Nacional.
Palavra do comentarista
O comentarista Henrique Fernandes, da Globo Minas e do Sportv, listou prós e contras dos dois centroavantes. Confira:
RICARDO OLIVEIRA
TRUNFOS:
– Maior capacidade de movimentação fora da área, mais velocidade que Fred, apesar da idade.
– Relação custo/benefício: em um momento de contenção de despesas no Atlético, custa menos que o antigo camisa 9.
DIFICULDADES:
– Chega a um ataque mais mexido, com muitas chegadas e mudança de característica. É imprevisível imaginar como será o entrosamento do ataque atleticano.
– Em 2017, Ricardo Oliveira passou por alguns problemas físicos que o atrapalharam a ter sequência. Caxumba (na pré-temporada) e pneumonia (no meio do ano), que prejudicaram a preparação física dele. Do fim de julho em diante, porém, atuou em 23 dos 26 jogos do Santos, mostrando que fechou o ano recuperado.
FRED
TRUNFOS:
– É uma atacante com poder de definição espetacular, superior ao de todos os outros que o Cruzeiro tem à disposição. Em um time que cria bastante, como o time azul e branco, a bola vai chegar para ele na área. Inclusive, oferece ao time força na bola aérea, já que Fred é exímio cabeceador.
– Chega a um elenco em que já trabalhou com vários jogadores: Thiago Neves, Rafael Sóbis e Digão (companheiros de Fluminense), além de Fábio, que foi companheiro no próprio Cruzeiro em 2005. Isso auxilia na rápida adaptação, principalmente por serem muitos do mesmo setor de ataque.
DIFICULDADES:
– Mano moldou o time ao longo da temporada 2017, pensando em um atacante de movimentação a frente. Usou Rafael Sóbis, Sassá, Raniel, Arrascaeta e teve muita dificuldade para adaptar Ábila ao time. O treinador terá que dar o braço a torcer e precisará preparar o time para ter o homem de referência no ataque.
– Pela troca entre times rivais, Fred vai ser muito visado logo depois da chegada ao Cruzeiro. É bem verdade que é um jogador experiente, que saberá lidar com essa pressão, mas é importante que as coisas deem certo logo de início para que a adaptação seja facilitada.