Guia do acesso: os cálculos do Inter para voltar à elite após um terço da Série B

O levantamento aponta que os comandados de Guto Ferreira terão de somar entre 44 e 45 pontos, dos 78 restantes em 26 rodadas, para garantir a quarta colocação na tabela e o consequente acesso, com aproveitamento entre 56,4% e 57,6% – rendimento superior ao do atual 3º colocado (América-MG). A matemática do acesso leva em conta estimativas do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a pontuação do Vila Nova, atual quarto na tabela, do Bahia, quarto na Série B de 2016, e a média do G-4 nas 11 edições da Série B com pontos corridos e 20 clubes.

Os números, aliás, são bastante semelhantes e apontam que é preciso melhorar o aproveitamento para engrenar na tabela – algo natural e consensual entre jogadores, comissão técnica, diretoria e torcedores colorados. A média histórica dos quartos colocados e as pontuações de Bahia e Vila Nova indicam a necessidade de somar 63 pontos para se garantir no G-4. Para alcançar essa marca, o Inter precisa angariar 45 pontos, ou 57,6% de aproveitamento daqui para frente. A projeção da UFMG é um pouco mais branda e aponta que 62 pontos assegurem 99% de chances de subir, o que exigiria 56,4% dos pontos nos compromissos restantes.

A matemática para buscar o título, claro, é ainda mais severa às pretensões coloradas. Caso mantenha o aproveitamento atual, de 69,4%, o atual líder Juventude somará um total de 79 pontos ao término do campeonato. Para igualar o Ju neste cenário, o Inter teria de amealhar 61 dos 78 pontos à disposição, com aproveitamento de 78%. Em 2016, o Atlético-GO foi campeão com 78 pontos. Neste outro cenário, o Colorado precisaria de um ponto a menos e 76,8% de aproveitamento. As demais marcas exigem um rendimento menor.

De acordo com a média dos pontos corridos, os campeões costumam somar 75 pontos em 38 rodadas na Série B. Para alcançar tal pontuação, o Colorado precisa somar 57 pontos, com 73% de aproveitamento nas 26 rodadas restantes. Segundo a UFMG, 72 pontos dão 99% de chance de título. A projeção obriga a equipe de Guto Ferreira a somar 54 pontos e 69,2% de aproveitamento.

Longe da matemática, Guto Ferreira se apega a seu passado por Bahia, em 2016, e Ponte Preta, em 2014, para projetar a evolução colorada nas próximas partidas. De acordo com o comandante, ainda faltam algumas situações de jogo a ser trabalhadas, mas a “competitividade” de seu time apresenta uma crescente.

– Temos 20 e poucas partidas. Estamos ainda em uma situação de engrenagem. No Bahia, ano passado, a virada foi na virada do turno. E assumimos a equipe muito pior a do Inter, na 13ª rodada. Tivemos sete ou oito rodadas para encaixar, mas teve mais tempo de espaço entre um jogo e outro. Jogávamos muito bem dentro de casa e não tão bem fora. Na Ponte, também, quando assumimos na 13ª estava em 12º. Depois de quatro ou cinco rodadas, engrenou e disputou o título. Faltam situações, mas o estado anímico, competitividade que vem crescendo. Junto com isso buscamos os resultados – afirma Guto.

O Inter embarcou rumo a Fortaleza já no final da noite deste domingo, após se reapresentar para treinos pela manhã. O Colorado volta a campo nesta terça-feira, às 20h30, quando encara o Ceará no Castelão, pela 13ª rodada da Série B. A equipe busca a recuperação na tabela, em que ocupa a 6ª colocação, com 18 pontos.