Rui Car
10/02/2017 14h40 - Atualizado em 10/02/2017 13h47

Há um mês no Fla, Conca prepara transição para trabalhos no campo

Clube evita previsão, mas expectativa é de retorno após Carioca

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Devagar e sempre. Em recuperação de cirurgia delicada de joelho esquerdo – lesão de cruzamento anterior e menisco sofrida em ação pelo Shangai SIPG em meados de agosto do ano passado -, Conca está inscrito no Campeonato Carioca pelo Flamengo. Por conta do delicado tratamento e cautela no retorno do jogador, o argentino tem chances reduzidas de participar da competição – a finalíssima está marcada para 7 de maio -, mas anima o departamento de futebol com a evolução no tratamento. Conca deve iniciar trabalhos leves no campo semana que vem e ser reavaliado no início de março.

 

No clube, a expectativa é de que, cumpridas todas as etapas, o argentino seja liberado para jogar em maio. Médicos do Flamengo, porém, evitam falar em prazos para não criar expectativa nos torcedores e também não provocar ansiedade no atleta. 

 

– Não tenho essa previsão, tenho dados do departamento médico, estão dizendo que cada vez mais evolui satisfatoriamente. Ele chegou há pouco tempo, mas tem identidade grande com o Flamengo. Ele passa na sala para me dar bom dia, brinca comigo, diz que tem que ter lugar para ele jogar, naquele quadro. Departamento médico pode dar previsão, talvez, mas esperamos tê-lo o mais breve possível – disse Zé Ricardo.

 

A comissão técnica ainda não conta com o argentino para o Carioca – a recomendação é ter paciência na espera pelo jogador, considerado trunfo para a Libertadores. Dedicado, o jogador trabalha em dois períodos e chega a fazer seis horas por dia de trabalho no CT. 

 

Os trabalhos no campo são espécie de transição da terceira para a quarta e penúltima etapa de recuperação de Conca.

 

No primeiro momento, a preocupação é com o pós-cirúrgico, que passa por cicatrização e drenagem do edema, além de tratamento de mobilidade, esticando e abrindo as pernas.

 

A segunda etapa é voltada para o fortalecimento muscular e trabalho conhecido na fisioterapia como propiocepção – nesta parte do tratamento, o jogador faz exercícios na piscina, caneleira e movimentos com peso na academia e outros movimentos estáticos. É trabalhado também o reequilíbrio, a coordenação motora e a reação a estímulos.

 

Na transição da terceira para a quarta etapa, que deve começar na próxima semana, Conca deve sair aos poucos da academia, fazer circuitos físicos com e sem a bola. Discos, escadas, exercícios mais intensos – aceleração, desaceleração, saltos – para que o atleta, acompanhado de preparadores físicos e fisioterapeutas, seja testado no seu ambiente de trabalho – ou seja, no gramado. Conca também deve fazer trabalhos em caixa de areia. 

 

No início de março, o jogador deve passar por novos exames de força – procedimento conhecido como avaliação isocinética, comum em pré-temporadas. Vai dobrar e esticar a perna e medir força e resistência do joelho esquerdo em tratamento. Neste período, o recondicionamento físico já deve ser parte fundamental da recuperação. 

 

No Flamengo, Conca tem à disposição toda a equipe de fisioterapeutas e preparadores físicos – além de dois preparadores enviados pelo clube chinês. Entre eles, Ronaldo Torres, que passou pelos grandes clubes do futebol carioca e em diversas equipes do futebol brasileiro.

 

Na apresentação de Conca, dia 11 de janeiro, o chefe do departamento médico do Flamengo, Márcio Tannure, lembrou que o argentino seguiria rigoroso cronograma de tratamento.

 

– Jogador que vem de lesão como ele tem que passar por certas etapas. Se cumprir as etapas estabelecidas antes do previsto não tem motivo da gente segurar e não liberar. Se demorar mais, também não vamos expor o atleta a uma recuperação precoce – disse Tannure há  um mês.

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