Rui Car
05/09/2019 08h19

Inter dá resposta imediata após Libertadores e se garante em final com sobras

Colorado aplica 3 a 0 no Cruzeiro, atual bicampeão da Copa do Brasil

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Globo Esporte

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O ônibus do Inter mal desponta no pátio do Beira-Rio e já some de vista, envolto em um mar vermelho. Uma semana após amargar a queda na Libertadores, a torcida abraça o elenco com um voto de confiança em forma de fumaça, sinalizadores e gritos de guerra no tradicional “Ruas de Fogo”. A resposta veio com vaga na final da Copa do Brasil, carimbada por uma atuação de gala.

 

Após vencer o jogo de ida por 1 a 0 no Mineirão, o Inter precisava apenas de um empate para avançar à decisão. Mas a equipe fez mais – bem mais – e sobrou ao construir com autoridade e quase sem sustos uma vitória por 3 a 0 sobre o Cruzeiro, nesta quarta-feira, no Beira-Rio.

 

O placar agregado de 4 a 0 é a prova viva da supremacia colorada durante quase todos os 180 minutos das duas partidas da semifinal. E serve para relegar de vez ao passado a eliminação para o Flamengo nas quartas de final da Libertadores, uma semana atrás.

 

 

D'Alessandro e Guerrero vibram com gols — Foto: Ricardo Duarte/Divulgação, InterD'Alessandro e Guerrero vibram com gols — Foto: Ricardo Duarte/Divulgação, Inter

D’Alessandro e Guerrero vibram com gols — Foto: Ricardo Duarte/Divulgação, Inter

 

O Inter volta a disputar uma final de Copa do Brasil depois de uma década com ânimo e confiança resgatados para enfrentar o Athletico nos dois duelos da decisão, em 11 e 18 de setembro. Tudo graças a um jogo perfeito em termos táticos, técnicos e de postura. Mais uma amostra de que a equipe está tarimbada e pronta para fazer – e vencer – enfrentamentos deste porte.

 

– Buscamos tecnicamente esta recuperação. Este é o caminho para conquistar. Agora, temos a oportunidade do título. O torcedor pode ter certeza que este grupo, com qualidade e comprometimento, dará mais do que seu máximo para buscar este título. O Inter joga como campeão todos os jogos desde que estou aqui – diz o técnico Odair Hellmann.

 

Entrada de Nico e time mais agressivo

Após encerrar o jejum de 24 jogos sem gols na vitória por 3 a 2 sobre o Botafogo, Nico López cavou seu retorno ao time para a decisão. Com o uruguaio entre os titulares, o Inter teve postura agressiva nos primeiros minutos, fruto da leitura de jogo de Odair sobre o estilo do rival, hoje comandado por Rogério Ceni.

 

O Inter entrou em campo no 4-1-4-1 com as linhas adiantadas para pressionar a saída de bola do Cruzeiro. Diferente do que fazia com Mano Menezes, a Raposa costuma iniciar as jogadas por baixo. Deu certo.

 
 

A equipe controlou o jogo mesmo com menos posse de bola – 57% a 43% – e impôs dificuldades ao adversário para afugentar qualquer possibilidade de pressão nos primeiros 15 minutos. O Cruzeiro, é verdade, sentiu o peso de um trabalho de pouco mais de 20 dias e “travou” por falta de uma mecânica mais bem desenvolvida. E o Inter se aproveitou disso para ditar o ritmo da partida.

 

A equipe tinha sempre dois jogadores bem abertos pelos lados do campo – por vezes, Nico e D’Alessandro alternavam com Patrick e Edenílson e apareciam por dentro. As ultrapassagens dos laterais permitiam triangulações e progressão em superioridade. O gol saiu da maior velocidade de transição com o camisa 7 e desse posicionamento mais aberto dos extremas.

 

Aos 39, Edenílson interceptou um passe e lançou Nico em velocidade pela esquerda. O uruguaio encontrou D’Alessandro do outro lado do campo. O argentino cruzou na cabeça de Guerrero, livre na pequena área.

 

 

– A gente queria estar vivo na Libertadores, mas acabou ali. Conversamos que não poderíamos nos abater. No sábado, talvez não fizemos um dos melhores jogos, mas foi o suficiente para ganhar. Deu confiança para chegar a esse jogo e saber que o Cruzeiro vinha para cima. A gente soube dar o controle para o jogo – avalia Rodrigo Lindoso.

 

Letal no segundo tempo

O gol no final do primeiro tempo esfriou qualquer possibilidade de reação do Cruzeiro na segunda etapa. O Inter recuou as linhas e se compactou com a combatividade habitual para não dar espaços ao rival. E teve velocidade nas transições ao ataque.

 

Com mais liberdade de movimentação para puxar contra-ataques, Nico passou a atuar mais próximo de Guerrero, por vezes caindo pela direita. Nesta movimentação, ele apareceu dentro da área e serviu o peruano com uma cavadinha. O centroavante não perdoou e fez o segundo.

 

A esta altura, o Cruzeiro atacava de forma desorganizada e pouco efetiva. E ainda deixava espaços na defesa. Melhor para Cuesta e Edenílson: aos 43, o zagueiro lançou o volante, que, livre no campo de ataque, teve o trabalho de apenas encobrir Fábio.

 

 

O Inter construiu sua vitória por 3 a 0 com tamanha superioridade que teve quase o dobro de finalizações que o rival – 20 a 11 – , mesmo com menos posse de bola. A classificação diante do atual bicampeão da Copa do Brasil faz a equipe mirar a final com a confiança restabelecida para os duelos com o Athletico.

 

– Chegamos (à final) por merecimento. Passamos pelo Palmeiras, atual campeão do Brasileirão, do Cruzeiro, atual bi da Copa do Brasil. Precisamos nos superar – diz o vice de futebol Roberto Melo.

 

Inter e Athletico fazem os dois jogos da final da Copa do Brasil nos dias 11 e 18 de setembro. Os mandos de campo serão definidos em sorteio nesta quinta-feira às 15h, com transmissão ao vivo do GloboEsporte.com.

 

Antes, o Colorado concentra forças no Brasileirão. Neste sábado, às 19h, a equipe recebe o São Paulo no Beira-Rio, pela 18ª rodada.

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