Rui Car
21/06/2017 11h11 - Atualizado em 21/06/2017 08h31

Inter decide não recorrer no caso Victor Ramos e pede para parcelar multa

Clube pagará os R$ 720 mil da punição

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O Inter resolveu acatar a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Punido com uma multa de R$ 720 mil em razão do uso dos e-mails adulterados no caso Victor Ramos, o clube desistiu de recorrer e pagará o valor, mas pediu ao órgão para parcelá-lo. Além disso, a direção assumiu os R$ 90 mil da punição ao ex-presidente Vitorio Piffero. Portanto, irá arcar com R$ 810 mil.

 

Na segunda-feira, o departamento jurídico teve uma reunião com o conselho de gestão. Na ocasião, ficou definido que o clube não seguirá a luta nos tribunais e aceitou a punição imposta pelo STJD.

 

Denunciado pelo uso de uma troca de e-mails adulterada como prova no Caso Victor Ramos, o Inter foi enquadrado no Artigo 61 do Código Disciplinar da Fifa. O texto prevê como penas até a exclusão ou suspensão de uma competição nacional, além de sanção que proíba o clube de realizar transferências de jogadores durante período determinado e o pagamento de multa. Contudo, os auditores entenderam que a pena de exclusão não se aplicava neste caso, assim como a proibição de adquirir atletas.

 

 

Polêmica com inscrição de jogador se arrastou por meses (Foto: Infoesporte / GloboEsporte.com)Polêmica com inscrição de jogador se arrastou por meses (Foto: Infoesporte / GloboEsporte.com)

Polêmica com inscrição de jogador se arrastou por meses (Foto: Infoesporte / GloboEsporte.com)

 

O ex-presidente Vitorio Piffero também foi punido com suspensão de atividades relacionadas ao futebol por 555 dias, além de multa de R$ 90 mil. A decisão foi proferida por unanimidade, em sessão com mais de quatro horas de duração, no último dia 13.

 

O inquérito e os e-mails utilizados pelo Inter

Na luta contra o rebaixamento na Série A em 2016, o Inter entrou com um pedido no STJD para fazer parte como interessado do processo que apurava a suposta escalação irregular do zagueiro Victor Ramos pelo Vitória. O clube alegava que a transferência do jogador, que pertencia ao Monterrey, do México, para o o clube baiano foi ilegal. E para comprovar sua denúncia, anexou ao processo uma troca de e-mails entre o diretor de registros da CBF, Reynaldo Buzzoni, e a direção do Vitória.

 
 

Orgronograma da troca de emails caso Victor Ramos (Foto: Reprodução SporTV)Orgronograma da troca de emails caso Victor Ramos (Foto: Reprodução SporTV)

Organograma da troca de emails caso Victor Ramos (Foto: Reprodução SporTV)

 

Nas mensagens, o diretor da CBF teria orientado os baianos a adotar procedimentos internacionais para inscrever o zagueiro e não nacionais, como foi feito. A alegação do clube gaúcho era de que isso caracteriza uma irregularidade, passível de punição. Duas perícias, no entanto, uma feita no Rio de Janeiro e outra em São Paulo, apontaram que os e-mails foram adulterados. Segundo um dos laudos, quando comparados aos originais, os e-mails apresentados pelo Inter “exibem inúmeras alterações em relação ao seu conteúdo, uma vez que sofreram modificações capazes de descaracterizar o seu sentido original”.

 

O inquérito do STJD aponta que os e-mails originais partiram do ex-diretor do Vitória, Anderson Barros, em 29 de fevereiro de 2016, e que passaram por empresários e advogados antes de chegaram ao Inter. O primeiro a fazer adulterações nas mensagens teria sido o empresário do próprio jogador, Fransico Godoy. O Inter protocolou as mensagens no STJD no dia 7 de dezembro, só 81 minutos depois de recebê-las.

 

Inter foi até a Suíça. Sem sucesso

No dia 8 de dezembro, o auditor Glauber Guadelupe, vice-procurador-geral do STJD, arquivou o pedido do Inter. Insatisfeito com a decisão do tribunal, o Inter entrou novamente, no dia 12 de dezembro, com um pedido de reexame do caso Victor Ramos no STJD. Uma semana depois, o procurador-geral do STJD, Felipe Bevilacqua, optou por manter o caso arquivado.

 

Sem obter sucesso no STJD, o Inter levou o caso à Suíça. Em janeiro desse ano, o clube ingressou com uma ação na Corte Arbitral do Esporte (TAS), com sede em Lousanne, para tentar reabrir o processo. Após a audiência de terça-feira, o julgamento foi suspenso por 48 horas para os árbitros analisarem a competência sobre o assunto. No dia 6 de abril, eles decidiram não levar o processo adiante, e o Caso Victor Ramos foi encerrado.

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