Rui Car
26/04/2019 10h40

Ira de Felipão com torcedores em Arequipa tem a ver com emboscada a ônibus do Palmeiras em São Paulo

Para o treinador, que devolveu xingamentos, grupo precisa assumir o que é feito

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Globo Esporte

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Pareceu súbita a reação do técnico do Palmeiras diante dos xingamentos de um pequeno grupo de torcedores em Arequipa, depois da vitória por 4 a 0 sobre o Melgar, mas a atitude de Luiz Felipe Scolari guarda relação com a emboscada feita ao ônibus da equipe na última partida em São Paulo.

 

Antes do jogo contra o Junior Barranquilla, também pela Libertadores, duas semanas atrás, o veículo que levava a delegação foi apedrejadopor torcedores próximo à arena. Na ocasião, o treinador comentou que não queria dar “visibilidade a quem não merece”, mas disse também que não tinha medo de bandido.

 

– Você me viu com cara de assustado? Não tenho medo de bandido, ninguém tem aqui.

 

 

No dia seguinte, a Mancha Verde, principal torcida organizada ligada do Palmeiras, divulgou nota de repúdio e negou a autoria do ataque ao ônibus. No clube, porém, há suspeitas de que ele tenha partido de uma ala dissidente da atual diretoria da organizada.

 

Em Arequipa, por conta de proibição, não havia bandeiras ou faixas de nenhuma torcida. Os xingamentos aos jogadores reservas, ao final da partida, durante trabalho físico com bola em campo, partiram de um pequeno grupo. E foram rebatidos por Felipão, que direcionou de volta à arquibancada gestos e palavrões.

 
 

Felipão chama de "bando de palhaços" os torcedores que xingaram jogadores noi Peru — Foto: Cesar Greco / Ag PalmeirasFelipão chama de "bando de palhaços" os torcedores que xingaram jogadores noi Peru — Foto: Cesar Greco / Ag Palmeiras

Felipão chama de “bando de palhaços” os torcedores que xingaram jogadores noi Peru — Foto: Cesar Greco / Ag Palmeiras

 

Questionado mais tarde na sala de imprensa do estádio Monumental sobre o episódio, o treinador chamou o grupo de “bando de palhaços” e pediu que os responsáveis pelos xingamentos os assumissem.

 

– Depois vão lá e dizem “nós não fomos”. Pô, parem com essa palhaçada, assumam o que digam. Assumam, pronto. Se tem uma turma que quer fazer isso aí, faça, mas assuma. Diga: “Nós somos fulanos de tal, da torcida tal”. Não fique com mentira. É o fim do mundo, chateado com esse pessoal – criticou.

 

Na mesma entrevista coletiva, Felipão chegou a cogitar até deixar o clube caso fosse da vontade da torcida. A declaração foi encarada pela diretoria – que vê avalia de forma positiva o trabalho do treinador, campeão brasileiro no ano passado – como um mero desabafo.

 

Agora líder do Grupo F da Libertadores e já classificado às oitavas de final, o Palmeiras retorna nesta sexta-feira ao Brasil. O próximo compromisso será no domingo, diante do Fortaleza, pelo Campeonato Brasileiro. Com segurança reforçada no trajeto entre a Academia de Futebol e a arena.

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