Rui Car
08/08/2019 08h53

Jogo “quase perfeito” embala e deixa Inter perto da vaga na final da Copa do Brasil

Mano Menezes foi demitido após derrota do Cruzeiro

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Globo Esporte

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Marcelo Lomba manda o chutão para a frente, a bola percorre os céus do Mineirão no apagar das luzes do segundo tempo, e os reservas do Interjá deixam o banco, antes mesmo do apito final. A comemoração é instintiva, após ter sido amadurecida em 90 minutos de um jogo “quase perfeito”na vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, nesta quarta-feira, pela ida da semifinal da Copa do Brasil.

 

O resultado deixa a equipe a um passo da vaga na grande final. Basta um empate no Beira-Rio no duelo da volta, em 4 de setembro, às 21h30. Mas a atuação em solo mineiro serve ainda como (mais uma) credencial ao trabalho de Odair Hellmann na busca pelo primeiro título pelo Inter.

 

Edenilson fez o gol do triunfo colorado  — Foto:  Douglas Magno/BP FilmesEdenilson fez o gol do triunfo colorado  — Foto:  Douglas Magno/BP Filmes

Edenilson fez o gol do triunfo colorado — Foto: Douglas Magno/BP Filmes

 

Em pleno Mineirão, a equipe deu uma amostra de maturidade ao cumprir à risca a estratégia traçada pelo treinador para a partida decisiva. Como já havia feito em duas classificações anteriores: sobre o Palmeiras, nas quartas da Copa do Brasil, e sobre o Nacional, nas oitavas da Libertadores.

 

– Vencer o Cruzeiro aqui não é fácil. É para poucos. Não é apenas este jogo. Se fizéssemos apenas esse bom jogo, estrategicamente quase perfeito, não poderíamos dizer que estamos credenciados. Mas os dois jogos contra o River, contra o Nacional, contra o Palmeiras, este contra o Cruzeiro. Nos credenciam a aspirar, a brigar pelos títulos, a chegar a decisões. Mas não tem nada definido – diz o vice de futebol Roberto Melo.

 

Sem D’Alessandro, suspenso, Odair optou por Rafael Sobis aberto pela esquerda para conter os avanços de Orejuela. O retorno de Rodrigo Lindoso após entorse no tornozelo esquerdo permitiu a manutenção do 4-1-4-1 já tradicional sob o seu comando.

 

 

A partir daí, o Inter fez exatamente o jogo proposto pelo treinador. A equipe soube suportar a imposição inicial de um Cruzeiro que teve 70% de posse de bola nos primeiros 15 minutos sem correr riscos. A equipe defendeu com todos os atletas no campo de defesa e formou uma barreira intransponível em frente à área de Marcelo Lomba.

 

Passada a pressão inicial, o Inter se manteve compactado no sistema defensivo e conseguiu ficar mais com a bola, mesmo tendo dificuldades na transição ao ataque. Em mais de uma oportunidade, Edenílson ou Patrick correram sozinhos até o campo ofensivo. O primeiro tempo foi sonolento, mas os gaúchos criaram a melhor chance, com Uendel em jogada na linha de fundo.

 

“Um jogo assim você precisa ser perfeito taticamente para colher algo. Fomos merecedores. Todos se empenharam. Quando chega a fases assim, você precisa saber sofrer” (Rafael Sobis).

O segundo tempo iniciou com dinâmica semelhante. O Cruzeiro tentou ter postura mais agressiva, mas parou no sistema defensivo colorado. Lindoso atuou quase como um terceiro zagueiro próximo a Rodrigo Moledo e Víctor Cuesta. Pela direita, Bruno fechou a porta e freou Pedro Rocha, a arma mais incisiva do Cruzeiro. A única defesa de Marcelo Lomba veio em chute de Henrique, de fora da área.

A intensidade habitual dos incansáveis Patrick e Edenílson garantia escapes eventuais, e a bola longa em Guerrero ajudava a “respirar” na defesa. A entrada de Wellington Silva pela direita no lugar de Nico López foi o ponto de virada par o Inter encaixar contra-ataques e criar chances para virar “merecedor” da vitória.

 

> Números da vitória do Inter:

  • Finalizações: Inter 8 x 10 Cruzeiro
  • Chances de gol: Inter 4 x 1 Inter
  • Bola aérea: Inter 7 x 17 Cruzeiro
  • Faltas: Inter 13 x 14 Cruzeiro
  • Passes certos: Inter 198 x 401 Cruzeiro
  • Passes errados: Inter 21 x 32 Cruzeiro
  • Desarmes: Inter 39 x 31 Cruzeiro
  • Roubadas de bola: Inter 9 x 14 Cruzeiro
 
 
 
Aos 25 do segundo tempo, Wellington Silva tabelou com Edenílson e saiu livre para obrigar Fábio a fazer grande defesa. Um minuto mais tarde, Patrick serviu Guerrero dentro da pequena área, mas o goleiro rival executou mais um milagre.
 

O gol não tardou a sair. O camisa 9 cobrou falta quase perfeita, mas parou em Fábio. No rebote, Edenílson irrompeu para completar para as redes.

 

– O uso da estratégia hoje foi excelente. O Cruzeiro teve um pouco de imposição nos primeiros 20 minutos, mas sem criar situações perigosas. Depois, a gente estabilizou. No segundo tempo, a equipe conseguiu ter a bola, fazer o contra-ataque. Foi criando situações. Criamos três situações perigosas de gol. Uma entrou. Dentro desse contexto, merecíamos o gol. Merecemos a vitória. O jogo foi muito bem controlado, a equipe foi madura em todos os aspectos – diz Odair.

 

 

Em desvantagem no placar, o Cruzeiro bem que tentou levar perigo, mas teve seus esforços controlados pela defesa colorada, em uma noite de cruzamentos em excesso e pouca criatividade. Prova disso é que o único lance de perigo após o gol veio em chute de Pedro Rocha, para fora.

 

Com a vitória, o Inter joga por um empate para se garantir na final da Copa do Brasil. O jogo da volta está marcado para 4 de setembro, às 21h30, no Beira-Rio. Antes, a equipe recebe o Corinthians em casa, no domingo, às 11h, pela 14ª rodada do Brasileirão.

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