A tensão política na Espanha causada pelo referendo sobre a independência da Catalunha se estendeu à seleção do país. Porta-voz do discurso separatista catalão, o zagueiro Piqué foi hostilizado por um grupo de torcedores que estava na Cidade do Futebol de Las Rozas, o centro de treinamentos da Espanha, em Madrid. A tensão foi manchete dos principais jornais esportivos do país, e o “Marca”, da capital espanhola, vê a situação como “insustentável”.
Cerca de 1000 pessoas acompanharam a atividade. Um grupo xingou e gritou palavras contra o jogador do Barça, e outros o apoiaram. Alguns entoaram o corto “Piqué, cabrón (algo como imbecil em português), fora da seleção”. Diante do clima hostil, o técnico espanhol, Julen Lopetegui, encerrou o treino com apenas 23 minutos. O “Marca” vê a situação em um “nível alarmante” e considera a possibilidade de que Piqué não atue mais com a camisa da Espanha.
O “As”, também de Madrid, foi mais contido e destacou a “semana de Piqué”, em uma referência ao centro das atenções no momento na seleção espanhola. Os jornais de Barcelona atacaram os protestos contra o zagueiro culé. O “Sport” classificou os gritos contra o defensor como “intoleráveis” e destaca opiniões de outros esportistas contra a violência da polícia espanhola frente aos eleitores na Catalunha. O “Mundo Deportivo” intitulou a situação como “Tormenta Piqué”.
A seleção espanhola que se apresentou nesta segunda-feira para as duas últimas rodadas das eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Com 22 pontos, a Fúria está na liderança do Grupo G, três a mais do que a Itália. Os próximos adversários serão Albânia e Israel, nos dias 6 e 9, respectivamente.
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