volante Amaral foi um dos destaques silenciosos do Novo Hamburgo nos dois embates contra o Grêmio, na semifinal do Gauchão. Com fôlego de sobra, não deu brechas para o revezamento entre Bolaños e Luan na armação das jogadas. A intensidade na marcação e a precisão nos botes aos adversários rendem a alcunha de “cão de guarda” anilado. Mas ele também aceita quando o chamam de “pitbull” e leva a brincadeira a sério para a final, contra o Inter de D’Alessandro.
– A gente treina, trabalha, para isso. Quando falam cão de guarda ou pitbull, fico feliz. Mas isso não passa só por mim, começa desde o ataque até o goleiro – resume Amaral.
Aos 27 anos, o gaúcho de Cruz Alta celebra a boa fase em conjunto com os companheiros do Noia. Aliás, saiu de seus pés a cobrança de pênalti que permitiu ao time do Vale do Sinos chegar a uma decisão de Gauchão após 65 anos. A comemoração foi contida, assim como é o jogador com as palavras. Ajoelhou-se, apontou para o céu, agradeceu a Deus e pensou na família, antes de ser encoberto por uma montanha de companheiros em delírio pela classificação.
Amaral credita à comissão técnica a desenvoltura para defender a área do Anilado durante 90 minutos ininterruptos. A preparação na pré-temporada foi fundamental, ressalta o jogador. Além do treinamento seguido à risca e alimentação correta, não tem maiores cuidados para manter a forma. Acredita também que o biotipo lhe favorece.
– Sempre me cobro bastante durante a pré-temporada, treinamentos, para poder render. É uma posição onde está sempre correndo, então, tem que estar sempre bem preparado. Tenho um biotipo bom. Meu cuidado é maior com alimentação – conta, em contato com o GloboEsporte.com.
Nos 180 minutos do confronto com o Grêmio, na semifinal, foram poucas as vezes em que Luan e Bolaños encontraram espaço na intermediária do Novo Hamburgo para criar lances de perigo. Muito se deve ao volante, que os caçou como um prato de comida. Na final contra o Inter, D’Alessandro lhe aguarda. E ele promete o mesmo esforço para obter o inédito título gaúcho para o Noia.
– (Bolaños e Luan) São jogadores de muita qualidade e movimentação, tem que ter atenção redobrada. A gente vem de uma pré-temporada muito boa e conseguimos manter uma regularidade. Com isso, ficamos confiantes, bem preparados. É característica minha ser jogador de marcação – diz Amaral. – (Na final) Vou fazer meu trabalho da melhor forma possível. (D’Alessandro) É um jogador que a gente sabe como é dentro de campo, não pode dar espaço. Ele decide – acrescenta.
Anderson Omar Lima da Rosa virou Amaral ainda criança, quando frequentava escolinhas de futebol. A comparação, garante ele, tinha relação apenas com o estilo de jogo ao do volante que se consagrou no Palmeiras, Europa e seleção brasileira, com passagem também pelo Grêmio. Virou inspiração, assim como Felipe Melo, hoje no Verdão.
– Gosto bastante do Felipe Melo, é um jogador de muita marcação. E o Amaral também, mas sou mais bonito (risos). Brincadeiras à parte, foi um jogador de seleção, passou por times grandes. Lógico que a gente se inspira neles. Meu apelido vem por isso desde que comecei a jogar em escolinhas, quando criança. Que bom que pegou! – comenta o Amaral genérico.